Por que tem tanto Kim nas Coreias?
Nas duas Coreias, assim como na China, os sobrenomes aparecem antes do nome
Nas duas Coreias, assim como na China, os sobrenomes aparecem antes do nome. Sendo assim, Kim Il-Sung, Kim Jong-il e Kim Jong-un, os três ditadores do país, não possuem o mesmo nome, mas o mesmo sobrenome.
Mas os problemas das Coreias vão além da dinastia Kim. Na parte do Sul, que é da qual se tem mais notícia, cerca de 22% da população tem sobrenome Kim. Ou seja, quase um em cada cinco sul-coreanos, homem ou mulher, é Kim.
Outros 14% têm sobrenome Park.
Se somar todos os que trazem sobrenome Kim, Park ou Lee, isso dá 65% do país.
Com isso, entrar em uma sala de reuniões, chamar pelo Kim e conseguir que só ele responda ao chamado é algo totalmente improvável. Para confundir ainda mais, as mulheres, depois de casadas, passam a ser chamadas pelo sobrenome do marido: “Senhora Kim”.
Isso acontece porque os coreanos só dispõem de uma quantidade reduzida de sobrenomes para escolher: só 286.
Assim como no resto do mundo, não havia sobrenomes ao longo de boa parte da história. Só no século VII é que as famílias reais e de aristocratas coreanas começaram a adotar sobrenomes chineses, os vizinhos que eles admiravam. Depois, o resto da população foi incorporando esses mesmos sobrenomes. Isso aconteceu em dois momentos.
OUTRAS DÚVIDAS UNIVERSAIS
O que os generais de Kim jong un anotam em seus caderninhos?
Como os diplomatas da Coreia do Norte vivem sem salário?
Os coreanos têm preferência por alguma raça de cachorro para comer?
Quer ser avisado sobre os próximos posts? Siga o blog no Twitter @DudaTeixeira e no Facebook Duda Teixeira – Dúvidas Universais.
No primeiro, no século XIV, o governo começou a coletar os nomes completos das pessoas. Com isso, nobres que estavam falidos passaram a vender seus sobrenomes, o que ficou conhecido como jokbo. Em troca de dinheiro, eles incluíam em seus livros genealógicos pessoas estranhas, que não tinham sobrenome até então.
O segundo momento veio com a invasão japonesa em 1894. Então, o sistema de classes foi abolido e todos foram obrigados a ter um sobrenome. Aqueles que eram escravos ou exerciam funções menos privilegiadas adotaram os que era usados por seus senhores, como Kim e Lee. Era uma tentativa de esconder a origem humilde.
A China tem um problema parecido. Lá, há 93 milhões de Wang. Entre a população de 1,3 bilhão de pessoas, 85% compartilham menos que 100 sobrenomes.