Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Dora Kramer

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Coisas da política. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Conteúdo para assinantes
Continua após publicidade

Para a frente é que se anda

Importante para o país não é o destino de Lula, mas a eleição de outubro

Por Dora Kramer Atualizado em 4 jun 2024, 17h50 - Publicado em 7 abr 2018, 06h00

O barulho provocado nos meios de comunicação, no mundo político e no universo jurídico pelo julgamento do habeas-corpus preventivo para Luiz Inácio da Silva não teve a mesma estridência na sociedade em geral. Houve interesse, e grande, em acompanhar o assunto. Isso é uma coisa. Outra coisa é o grau de engajamento do cidadão dito comum na causa. Seja a favor, seja contra Lula. Percebe-se a olho nu que a maioria se mantém distante do comprometimento algo histérico da militância de parte a parte.

Nada contra militantes e/ou as respectivas motivações. Por óbvio, tampouco me passa pela cabeça a imposição de qualquer reparo a manifestações. Ao contrário: o protesto e a desavença ruidosos são inerentes a regimes em que vigora a liberdade. Melhor o alvoroço explícito que o silêncio da concordância implícita na força terrorista do autoritarismo. A controvérsia é do jogo democrático, que inclui o respeito ao valor do contraditório e a submissão à decisão da maioria quando tomada sob a égide de regras claras.

Sobre isso na sessão do Supremo Tribunal Federal que examinou o habeas-corpus de Lula falou com precisão a ministra Rosa Weber em seu voto pautado pela coerência, sustentado na observância do coletivo em detrimento de posições pessoais. O mesmo tipo de harmonia mental e profissional não esteve presente na argumentação do ministro Gilmar Mendes, que mudou de posição, mas não foi coerente na explicação.

Alegou ter constatado a ocorrência de inúmeras injustiças em relação a réus que haviam sido absolvidos em tribunais superiores. Uma hipótese possível. Desde sempre, e não uma novidade instituída no período de sete meses em que se deu a mudança de opinião dele.

Em outubro de 2016 o ministro votou a favor da prisão após a segunda instância (com defesa veemente da tese) e em maio de 2017 sinalizou que começaria a conceder habeas-corpus contrariando a decisão do colegiado. Pelo tom colérico com que se referiu à atuação da “mídia opressiva”, Gilmar Mendes pareceu votar mais como um vingador em relação aos críticos do que movido pela alegada correção de injustiças. O ministro fala o que quer, mas detesta ouvir o que não quer. Normal. Desde que não se tenha nas mãos e nos nervos a prerrogativa da última palavra em termos legais.

Continua após a publicidade

A despeito dos bolsões de ânimos exaltados, ninguém matará nem morrerá em torno do destino de Lula. Valeria o mesmo caso a decisão do Supremo tivesse sido em favor da concessão do habeas-corpus, porque o clima de confronto é artificial; a maioria toca a vida independentemente dos arreganhos das torcidas.

Isso não significa um elogio à indiferença. Participar é imprescindível, mas é preciso distinguir o essencial do acessório. Na escala de importância da vida nacional o destino de Lula é irrelevante. Determinante é a eleição de outubro próximo, quando o eleitorado deverá ficar de olho vivo e usar de faro fino para começar a depurar o ambiente do poder no voto.

Publicado em VEJA de 11 de abril de 2018, edição nº 2577

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.