O presidente da República optou neste domingo 15 por descumprir as recomendações de isolamento social. Preferiu apalpar as mãos de dezenas ignorando os riscos impostos aos milhões de cidadãos brasileiros. Seja pelo perigo da contaminação “in loco” ou pelo mau exemplo dado na confraternização em frente ao Palácio do Planalto.
Não quis ficar isolado, mas protagonizou uma cena que o fez dar um grande e talvez definitivo passo para o isolamento político e, consequentemente, na direção na perda de respaldo social fora da bolha dos súditos empedernidos.
No episódio, Jair Bolsonaro se expôs em situação de fragilidade. Não recebeu apoio de nenhum ministro, foi criticado pelo titular da Saúde, ouviu condenações por parte dos presidentes do Congresso, amargou pesada contestação de um aliado como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Só os fanáticos não viram o gesto como uma demonstração de descaso para com a saúde do público e, no limite, como indiferença à preservação da vida.
Se não a dele, a dos governados. Se era para se jogar daquela maneira, para quê, então, aparecer de máscara no pronunciamento de quinta-feira feito em ambiente restrito? Era pura pose. O argumento de que não havia ainda resultado do teste para o coronavírus não serve de nada. Deu negativo na ocasião, mas nada garante que não possa vir a dar positivo depois da irresponsável exposição.