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Covidalgia

Novas palavras nos ajudam a superar velhos medos

Por Lucilia Diniz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 set 2021, 14h47 - Publicado em 24 set 2021, 06h00

O desconforto de ficar em locais fechados é claustrofobia. A angústia de estar em aglomerações é agorafobia. Incomodar-se com pequenos sons que a maioria nem repara, como mastigar, tossir ou simplesmente limpar a garganta, é misofonia. A aflição ao falar em público é glossofobia. Como se não bastasse o mal causado por essas fobias, nossos tempos forjaram o medo de todos esses medos juntos. E ele ganhou um nome, é o FORTO.

Esta é uma abreviação de fear of returning to the office. Em tradução literal, seria o “medo de voltar para o escritório”. E o FORTO é real. Para sete em cada dez pessoas, retornar à rotina do escritório será “difícil” e “estranho”, segundo pesquisa da consultoria Korn Ferry.

Entretanto, com o avanço da vacinação e a queda no número de internações, cabe pensar. Será que esse temor de retornar ao local de trabalho está relacionado apenas com a Covid?

Imaginar o “chato” do escritório com dois anos de assuntos para botar em dia pode ser bastante assustador, a ponto de influir no seu FORTO. Não há quem esteja pronto para isso. Outras coisas também trazem pavor na retomada, como dividir espaços, evitar virar os olhos presencialmente e voltar a usar sapatos!

Afinal, depois das cavernas, dos feudos e das sesmarias, é nos escritórios que se enfrentam os limites humanos. Tanto físicos quanto, ultimamente, mentais, como o stress e a síndrome de burnout. Pois então veio a pandemia, que fechou tudo, inaugurou a era do home office e, de uma hora para outra, fez cessar esses transtornos fóbico-­ansiosos para muita gente.

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“Por incrível que pareça, já há quem sinta falta da fase dura do confinamento, das ruas sem trânsito”

Sim, no meio de tantas vítimas, muitas outras foram salvas. O que nos leva a uma outra nova palavra no léxico, “covidalgia”, a nostalgia do tempo da Covid-19. Isso mesmo, saudades da pandemia.

Por incrível que pareça, já há quem sinta falta da fase dura do confinamento, como a ausência de trânsito nas ruas vazias. Menos mesquinha, dentre as covidalgias mais sentidas para quem retorna à rotina estará a saudade da comida feita em casa, por exemplo. Outras perdas serão sentidas. Lá se vão hábitos saudáveis como a caminhada matinal, diante da necessidade de sair mais cedo e evitar o engarrafamento. E adeus a comer em família, diante da junk food cotidiana entre reuniões e os snacks da madrugada para entregar o relatório na primeira hora.

Como algo que ninguém controla, medos também são necessários. Fica difícil confessar, mas a verdade é que não descendemos do hominídeo mais valente. Esse achou que dava conta e foi comido pelo leão. Viemos do que estava logo atrás, do mais prudente. Ou seja, do “medroso”.

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Sem poder evitar, resta superar o novo medo. A adaptabilidade que levou os funcionários para o home office agora será importante para fazer o caminho inverso.

De qualquer forma, diante da conjuntura atual, em que se teme o que inventam em boatos e fatos alternativos, esse seria só mais um livramento. Sorte que, neste caso, a pista está clara. Vencer o FORTO nos tornará mais fortes.

Publicado em VEJA de 29 de setembro de 2021, edição nº 2757

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