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Mestre e doutor em Oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), é presidente institucional do Instituto Coalizão Saúde e do conselho do Hospital Albert Einstein
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A Covid-19 não é a única protagonista

Sistema de saúde precisa ser preparado para tratar muito mais que só a Covid-19

Por Claudio Lottenberg
12 jul 2020, 11h56

Queremos falar seriamente de saúde ou seguiremos nos guiando por intervenções momentâneas e sem projeção de futuro? Digo isto porque, pelo que se viu ao longo da crise causada pela Covid-19, poderia parecer que a pandemia é o único problema de saúde no mundo.

Um dos pontos a se levar em conta na preparação do sistema de saúde para lidar com muito mais do que a atual pandemia são os custos adicionais do aumento da longevidade. Se mais pessoas sobreviverem a uma idade mais avançada, na medida em que certas doenças são impedidas ou tratadas, o surgimento de outros problemas de saúde mais adiante se torna mais provável.

Em âmbito global, os custos da longevidade maior equivalem a cerca de 28% dos custos incrementais totais da transição para o caminho saudável do crescimento. A longo prazo, comportamentos e ambientes saudáveis no início da vida, e maior uso de intervenções preventivas em saúde, levarão a custos mais baixos de assistência médica (em base per capita), apesar do aumento da longevidade. Estamos olhando para isso? Ou a busca pela vacina para a Covid – e a defesa permanente (e inconsistente) da Cloroquina – estão ocupando todas as atenções, sem espaço para mais nenhuma consideração?

A pandemia ajudou a enxergar oportunidades de se fazer economia melhorando a eficiência dos processos. Por exemplo, a expansão do escopo de serviços que podem ser prestados por profissionais de saúde treinados e de baixo custo, como enfermeiros, parteiras, técnicos e assistentes de saúde. Ou a redução dos custos indiretos e de instalações – expandindo o uso de consultas digitais e remotas ou eliminando redundâncias com o maior uso de registros eletrônicos de saúde compartilhados e interoperáveis.

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Atuar na saúde exige visão multisetorial, com intervenções ambientais e sociais que reduzam riscos no ambiente físico – por exemplo: reduzir a exposição à poluição do ar ou a permanência em ambientes fechados; aumentar a segurança nas estradas e o acesso a água limpa e saneamento básico. Significa também influenciar escolhas de estilo de vida, de modo a mitigar ou estimular hábitos e atividades diárias com efeito sobre a saúde, como o uso de tabaco, dieta equilibrada e atividade física para controle de peso e uso de substâncias. Esses e outros pontos precisam ser considerados de forma ordenada, levando em conta ainda os contextos culturais em que se inserem.

Embora já sejam feitos, merecem ordenamento processual e universal os serviços para monitorar e gerenciar riscos à saúde (como imunizações e vacinas), de maternidade (incluindo atendimento pré-natal, intraparto e pós-natal), odontológicos, exames dos olhos e fornecimento de óculos, prevenção médica primária e secundária de doenças crônicas (como doenças cardiovasculares e diabetes) e outros atendimentos básicos de atenção primária.

O gerenciamento de doenças crônicas e o tratamento agudo de doenças estabelecidas, incluindo intervenções cirúrgicas e médicas, devem ser medidos e monitorados.

Por fim – mas em nada menos importante – é preciso haver a valorização da assim chamada saúde mental. Está mais do que na hora de aprimorar o nosso sistema – e não só para lutar contra o coronavírus.

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