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Ciro é hostilizado por apoiadores de Lula na BA e rebate: ‘Estou solto’

Em evento da União Nacional dos Estudantes, candidato do PDT à presidência em 2018 também disse que esquerda foi "humilhantemente derrotada"

Por Rodrigo Daniel Silva
Atualizado em 7 fev 2019, 13h41 - Publicado em 7 fev 2019, 13h23

O candidato do PDT à Presidência em 2018 Ciro Gomes foi hostilizado em Salvador nesta quinta-feira, 7, durante evento da União Nacional dos Estudantes. Enquanto dizia que o jovem não devia ser obrigado a defender corrupção, foi chamado de “corrupto” por um militante da plateia. “Não sou, não. Eu estou solto. Eu sou limpo. O Lula está preso, babaca”, retrucou, repetindo as palavras de seu irmão, Cid Gomes, que, ainda no segundo turno, ofendeu um militante petista em evento no Ceará.

Nesse momento, as vaias do público reunido na Universidade Federal da Bahia abafaram as palmas vindas dos apoiadores do ex-governador cearense. Parte do público pedia “Lula livre”. Ciro também disse que a esquerda foi “humilhantemente derrotada” nas eleições.

“Desculpa, não sou eu que condenei o Lula. Não está na minha mão liberar Lula. Eu avisei que se a direita ganhasse as eleições, o Lula ia ficar encarcerado por muito mais tempo. Todo mundo pode vomitar paixão que quiser, mas enquanto a gente ficar assim, acreditando em minorias ínfimas, esmagadoramente derrotados que fomos… companheiros, nós fomos humilhantemente derrotados pro essa estratégia. Insistir nela afunda o Brasil”, disse, antes de encerrar seu discurso.

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Os atritos entre petistas e Ciro Gomes vêm desde a última campanha eleitoral, quando o partido do ex-presidente Lula articulou politicamente para impedir alianças do ex-ministro com outros partidos de esquerda, como o PSB e o PCdoB. No caso dos socialistas, o PT chegou a vetar a candidatura da deputada Marília Arraes a governadora de Pernambuco apenas para que o PSB ficasse neutro na disputa presidencial, sem apoiar nem Ciro nem Fernando Haddad (PT).

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Após a prisão de Lula em abril de 2018, líderes políticos da esquerda defenderam a união das legendas em torno de um único nome. Como o PDT não abria mão da candidatura de Ciro Gomes nem o PT de defender a postulação de Lula, posteriormente barrada pela Justiça Eleitoral, essa união não aconteceu.

Os petistas chegaram a convidar Ciro para concorrer a vice-presidente na chapa de Haddad, mas ele não aceitou e a posição acabou com Manuela D’Ávila (PCdoB). No segundo turno, ressentido politicamente com a disputa da primeira etapa, o ex-ministro não fez campanha para o petista contra Jair Bolsonaro (PSL). Em um ato de campanha, quando pedia autocrítica à militância do PT, o senador Cid Gomes (PDT-CE) se desentendeu com os apoiadores de Haddad, usando a frase agora repetida pelo irmão.

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