Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Na mais longa sequência de improvisos em dilmês castiço, o grande ausente foi um intérprete

Por falta de alguém que traduzisse o depoimento para o português, muitos senadores ficaram sem entender o que a presidente estava dizendo para, como sempre, esconder a verdade

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 21h59 - Publicado em 29 ago 2016, 21h40

dilma__impeachment__dida__estadao

Dilma Rousseff até que fez bonito na prova de leitura de discurso: abstraídas três ou quatro derrapagens veniais (como o “Vicente” acrescentado ao prenome do presidente João Belchior Marques Goulart), recitou com cuidado e atenção o texto escrito por algum assessor alfabetizado. Como antecipou esta coluna, o desastre começou a desenhar-se na etapa seguinte, reservada ao duelo verbal entre a depoente e parlamentares favoráveis ao impeachment.

“Após discurso firme, Dilma volta a ser Dilma”, resumiu o título do post publicado pelo site de VEJA. “A presidente afastada voltou a fazer uso do ‘dilmês’ na fase de interrogatório”, constatou o texto. “A retórica confusa que sempre a caracterizou deu o tom das respostas aos senadores. Com frases emendadas umas nas outras e nem sempre respeitando a lógica, a presidente retomou o uso de metáforas e dos pleonasmos que consagraram o idioma próprio de Dilma”.

O zero com louvor em falatórios de improviso foi garantido com as respostas que deu às duas primeiras perguntas menos amistosas. A senadora Ana Amélia (PP-RS) quis saber o que Dilma queria dizer com a expressão “golpe parlamentar”. A interrogada pendurou-se numa imagem provavelmente nascida das trocas de ideias com a senadora ruralista e melhor amiga Kátia Abreu.

Continua após a publicidade

“A diferença consiste que no golpe militar é como se você tivesse uma árvore, que você derruba o governo e o regime democrático”, desandou o neurônio solitário. “O que tem acontecido no golpe parlamentar é que você tira um presidente eleito por razões que estão fragilizadas pelo fato de que não tem crime de responsabilidade que as sustentem. É como se essa árvore não fosse derrubada, mas atacada por forte e intenso ataque de fungos, por exemplo”.

Segundo da fila puxada por Ana Amélia, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) descobriu que, na cabeça baldia da presidente agonizante, a mentira comporta matizes até aqui ignorados pela ciência. “Considero que essa sua acusação é improcedente”, ensinou Dilma. “Acho que ela é aquela mentira que não tem base na realidade, ou seja, ela não expressa a verdade dos fatos”. Se existe aquela mentira sem relação com o mundo real, então também existe a mentira baseada em fatos.

O restante da sessão confirmou que, ao longo do depoimento reduzido a uma inutilidade tediosa, o grande ausente foi um intérprete. Faltou alguém que fizesse a tradução simultânea da mais longa sequência de improvisos em dilmês. Alguns senadores conseguiram decifrar a essência do falatório sem pé nem cabeça. Outros foram dormir sem saber o que a depoente estava tentando dizer para, como sempre, ocultar a verdade.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.