A descoberta de Dilma: sem dinheiro não há corrupção
A aula inaugural na UFRGS acabou se transformando em mais prova da inexistência de raciocínio lógico em cabeças habitadas por um neurônio solitário

Depois de ensinar ao Brasil o que é uma casa e uma ponte, revelar que atrás de toda criança existe um cachorro oculto, inaugurar a figura da mulher sapiens e saudar a mandioca (“uma das maiores conquistas do Brasil”), Dilma Rousseff anunciou em Porto Alegre sua mais recente descoberta histórica. Durante uma apresentação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a ex-presidente explicou em dilmês castiço que sem dinheiro não há corrupção. Assim, o que deveria ter sido uma aula inaugural acabou transformada em outra prova contundente da inexistência de vida inteligente em cabeças habitadas por um neurônio só.
O que qui é qui leva à corrupção? Leva à corrupção várias coisas, mas sem sombra de dúvida uma delas é dinheiro. Sem sombra de dúvida, o qui as pessoas querem é dinheiro. I é esse processo que nós temo de discutir como é qui ele se dá, porque senão fica uma coisa um tanto o quanto subjetiva e fundamentalista. Querem dinheiro. Daonde vem o dinheiro? O dinheiro vem de quem ganha dinheiro. Por que qui é… que era uma coisa que me intrigava… o que qui é que querem… que quer… financiamento escondido? O que leva a… a… a… a um grupo político falar não, eu não quero dinheiro contabilizado? Duas coisas: ou ele vai embolsá ou quem tá dando não qué declará. Porque não tem três coisas. Pode ter até uma terceira coisa que eu não sei. Mas é o que eu suponho.
Como é que o Brasil pôde eleger e reeleger uma mulher assim? Mais: como conseguiu sobreviver a cinco anos de Dilma Rousseff, precedidos por oito de Lula? O país que nunca foi para amadores hoje vive deixando perplexos os mais tarimbados profissionais.