Alguns ainda continuam a apostar no Brasil
Sim, são tempos difíceis para a economia brasileira. Para piorar, o Brasil nunca teve boa tradição na área de inovação – tema deste outro post, e também deste texto que escrevi para o site da editora Intrínseca. A combinação entre esses dois fatores leva a um inevitável cenário de marasmo para o setor tecnológico brasileiro. […]
Sim, são tempos difíceis para a economia brasileira. Para piorar, o Brasil nunca teve boa tradição na área de inovação – tema deste outro post, e também deste texto que escrevi para o site da editora Intrínseca. A combinação entre esses dois fatores leva a um inevitável cenário de marasmo para o setor tecnológico brasileiro. Entretanto, há também boas notícias. Na contramão da decepção que multinacionais têm tido com o país, o Google lançou, nesta semana, um programa de apoio a startups nacionais, o Launchpad Accelerator. Por que fazer isso justamente em meio ao turbilhão atual?
“Somos uma empresa que pensa em longo prazo”, disse José Papo, responsável do Google por essa iniciativa, em conversa para este blog. “Acreditamos no Brasil, e sabemos que a situação negativa é passageira”, completa. O Launchpad é um projeto inédito no mundo, que entrará em operação, ao mesmo tempo, no Brasil, na Índia e na Indonésia. Marca um movimento da empresa de procurar fomentar o cenário de inovação em países em desenvolvimento – no Primeiro Mundo, a gigante da web já tem uma série de iniciativas de apoio a startups.
A começar, o Google escolheu oito startups brasileiras. Sem me prolongar listando nomes, é notável como o aporte foi feito em empresas que não necessariamente estão ligadas ao negócio da multinacional. Há, por exemplo, uma de games, além de outra dedica à tradução simultânea de linguagem de sinais.
Além de alguns outros prêmios menores, as startups recebem 50 mil dólares de apoio, além de 100 mil dólares para utilizar no serviço de armazenamento e processamento na nuvem do Google, o Cloud. Também podem, por seis meses, se estabelecer em escritórios brasileiros da empresa, onde receberão orientação de mentores googlers – apelido carinhoso dado aos funcionários do Google. O que a companhia americana recebe em contrapartida? “Nada, nem uma fatia de sociedade das startups”, afirmou Papo. “Ganhamos indiretamente ao fomentar o mercado”, acrescentou.
A primeira leva foi selecionada a dedo pelos executivos por trás do projeto. Porém, para tentar entrar na segunda rodada, basta se candidatar neste site.
É um alento notar que, mesmo diante de intempéries, há empresas acreditando no potencial brasileiro. Mesmo que sejam “gringas”.
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