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Usina São José foi responsável pela mortandade no Piracicaba, diz Cetesb

Laudo laboratorial comprova que alta quantidade de melaço da cana e água residual da limpeza de tanques baixou a quantidade de oxigênio no rio

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 jul 2024, 14h21 - Publicado em 19 jul 2024, 13h07

Apesar das constantes negativas da Usina São José sobre a responsabilidade no desastre ambiental no Rio Piracicaba, no interior de São Paulo, o laudo laboratorial da Cetesb divulgado nesta sexta-feira, 19, comprova vazamento de alta quantidade de material orgânico da empresa no afluente Tijuco Preto. A multa estipulada é de 18 milhões de reais, calculada pelo danos ambiental e pela não comunicação às autoridades do ocorrido. A empresa fica com o funcionamento suspenso até que cumpra adequações estipuladas pela Cetesb no prazo de 60 dias. Caso não consiga, pode ter as atividades encerradas legalmente.

A primeira evidência de uma substância suspeita nas águas, de cor amarelada e odor ruim foi constatada na região do Rio Piracicaba chamada de Alto do Funil, onde funcionários da prefeitura e policiais encontraram os primeiros peixes mortos, no último dia 7, meio de um feriado estendido. O rastro da mancha levou a investigação ao Rio Tujuco Preto, onde fica a Usina São José. De acordo com o inquérito policial, que VEJA teve acesso com exclusividade, a equipe pode constatar o vazamento por meio de vestígios de melaço encontrados no meio do mato. Naquela altura, o vazamento já tinha sido controlado, mas havia indícios de vazamento dos tanques.

A equipe descobriu que a empresa havia lavado um dos tanques, que apresentava muito melaço velho acumulado, e despejado a água no Rio Tijuco Preto. “A matéria orgânica levou à queda do oxigênio do Rio Piracicaba”, diz Mayra Fukushima, diretor da Cestesb. “E deve ter sido em grande quantidade para ter provocado tamanho estrago ambiental.” Para dimensionar os danos ambientais, a empresa enviou drones para monitorar a área, além de barcos. “Este foi o maior desastre ambiental que tivemos na região”, diz o prefeito de Piracicaba, Luciano Almeida. “Só conseguimos identificar o culpado porque houve celeridade nas investigações “Se as buscas tivessem saído dois dias depois o material orgânico teria se dissolvido. Esse foi o 15° evento com mortes de peixes no Piracicaba.

Baixa vazão do Piracicaba agravou desastre 

Desde que houve a crise hídrica em São Paulo, em 2014, o Rio Piracicaba passou a ter  vazão diminuída justamente para garantir o abastecimento do sistema Cantareira. Na época, os governos assinaram outorga que vence em 2027. “Vamos lutar por uma vazão maior. Se o rio tivesse mais água, esse vazamento de matéria orgânica não causaria dano tão grande, pois o nível de oxigênio subiria mais rapidamente.”

O que diz a Usina São José

A empresa informa que “recebeu o relatório da Cetesb e está avaliando o teor da decisão, bem como seus eventuais desdobramentos”. Também destaca que as operações da usina estavam interrompidas desde 2020, e que foram retomadas somente em maio deste ano. E afirma em nota que “adota as melhores práticas do ponto de vista ambiental e não poupa esforços para colaborar plenamente com a Cetesb, a Polícia Ambiental e o Ministério Público”.

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Peritos recolheram cristais de melaço da cana-de-açúcar, produzido pela empresa, que estavam  grudados nas paredes dos diques, além de resíduos de água de limpeza dos tanques.

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aguas residuais e mel de cana. quando caiu no tijuco preto pressionou a oxigenação. não sabem o volume, mas pelo dano ambiental e volume de peixes, foi significativo, considerada alta para o Tijuco Preto.

ela opera sem etanol – produz açúcar -vende o proprio mel

 

dificuldade seria da outorga do cantareira. temos problemas de extravazamento e volumento baixo de água liberado. nosso acordo vence em 2027. esse voume liberado pel cantareira, vamos fazer de tudo para esse volume ser maior. mas se tivessemos mais agua talvez tivessemos uma conseuqencia menor vamos lutar por uma outorga maior. alémd ada quantidade, a qualidade chega muito ruim. temos que gastar quatro vezes mais de produtos do que o rio capivari por exemplo,

coleta e tratamento de 100 dos esgoto deve ser exigido de todos os municipios e parem de fazer lançamento clandestino no nosso piracicaba

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