Organizações ambientais acionam MPF contra garimpo em rio na Amazônia
Draga usada para extração ilegal de minérios estaria dentro dos limites da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari

Organizações ambientais da Amazônia travam uma luta contra garimpeiros na região do Rio Juruá. A disputa envolve uma draga supostamente usada para extração ilegal de minérios preciosos em uma das áreas mais preservadas da floresta, entre os municípios de Caruari e Itamarati, ambos no Amazonas.
A draga foi vista na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari e, depois, em uma praia de reserva, onde ocorre procriação de quelônios — espécies como a tartaruga-da-amazônia, tracajá e pitiú correm risco de extinção. A movimentação da balsa gerou uma denúncia protocolada junto ao MPF.
As entidades suspeitam que seja a mesma balsa vista na região desde julho, quando a primeira denúncia foi encaminhada ao Ministério Público. Além da acusação, uma carta foi enviada ao Ibama no Amazonas e ao IPAAM.
A nota solicita que as prefeituras de Carauari, Itamarati e Eirunepé tomem providências urgentes junto com os demais órgãos competentes para inibir a atividade e que os responsáveis pela extração sejam identificados. As organizações advertem que o garimpo ilegal coloca em risco a biodiversidade, os recursos naturais e a saúde humana. Os rios e a floresta preservados são a base da segurança alimentar de populações ribeirinhas e indígenas.
“Mais de 40 comunidades ribeirinhas e indígenas ficam extremamente ameaçadas a ficarem sem sua principal fonte de renda, pois as ações desordenadas e ilegais da extração de ouro prejudicam diretamente a cadeia do manejo de pirarucu, através dos seus resíduos gerados”, diz o documento.
E solicitam, em caráter de urgência, que as prefeituras dos municípios de Carauari, Itamarati e Eirunepé, bem como demais órgãos competentes, tomem providências para inibir a atividade ilegal na região e que os responsáveis pela balsa sejam investigados.