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O que os meteorologistas querem dizer com ‘enchentes de 100 anos’?

Aquecimento global intensifica os eventos extremos que teriam apenas 1% de chance de ocorrer

Por Natalia Tiemi Hanada Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 abr 2025, 11h00 - Publicado em 4 abr 2025, 10h49

Enchentes devastadoras estão cada vez mais presentes no noticiário. Uma das nomenclaturas meteorológicas para alguns desses eventos são enchentes de 100 anos, ou até 500 anos. Os termos utilizados pelos cientistas buscam esclarecer a população quão severa e incomum são tais ocorrências. As mudanças climáticas, porém, estão alterando os cálculos matemáticos e trazendo irregularidade para as previsões.

Em linguagem matemática, uma enchente de 100 ou de 500 anos, pode ser traduzida em uma porcentagem anual, 1% ou 0,2% respectivamente. Segundo o Serviço Geológico dos EUA, essa estatística indica qual a chance de um evento de magnitude específica acontecer. 

Outro cálculo pode ser feito pela média de ocorrência, e transformá-la em um intervalo, como uma enchente esperada uma vez a cada 25 anos. O mesmo conceito serve para aquelas inundações geracionais, de uma vez na vida que poucas pessoas presenciaram.

As agências de meteorologia estão optando pelo percentual de chance da ocorrência de uma enchente, do que informar um intervalo específico, pois mesmo com baixas porcentagens, as inundações podem ocorrer com poucos anos de diferença.

Impactos das mudanças climáticas

Há quase um ano, o Rio Grande do Sul sofria com uma dessas enchentes raras. Em dez dias, choveu o equivalente a um ano no estado, que resultou em uma inundação de 100 anos, segundo artigo do World Weather Attribution (WWA), organização internacional especializada no clima.

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A oscilação natural do fenômeno El Niño estimulou as chuvas, mas o aquecimento global intensificou a precipitação. O estudo da WWA revela que a queima de combustíveis fósseis, e o consequente aquecimento global, aumentaram em duas vezes a probabilidade de ocorrência e de 6-9% a intensidade das chuvas que castigaram o estado brasileiro.

A matemática pode calcular as chances de uma enchente de tamanha magnitude, mas a irregularidade da natureza torna esse trabalho mais difícil. Para cada 1ºC de aumento de temperatura, a atmosfera pode segurar até 7% mais água, de acordo com Victor Gensini, professor de ciências atmosféricas na Universidade de Northern Illinois. O vapor eventualmente volta para a terra como chuvas ou neve: “Vimos uma mudança na probabilidade de distribuição de chuvas pesadas nas últimas três décadas.”

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