O governo de São Paulo lançou nesta terça, 19, durante a COP29, 29ª Conferência do Clima da ONU, em Baku, no Azerbaijão, a Plataforma de Restauração das Áreas Protegidas do Estado de São Paulo. A ferramenta, desenvolvida pela Fundação Florestal, vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), fornece um conjunto abrangente de dados de análise para orientar e otimizar projetos de restauração.
São mais de 90 camadas de informação provenientes de 15 fontes oficiais. Essas informações incluem dados sobre classificação da área, características da vegetação, uso do solo, declividade, distância de rodovias e viveiros, potencial de regeneração natural e aptidão para restauração ativa. A plataforma usa inteligência artificial para cruzar e sobrepor esses dados, fornecendo aos usuários informações precisas e atualizadas para a tomada de decisões estratégicas em projetos de restauração.
Com mais de 40 mil hectares já mapeados, a plataforma serve como um catálogo abrangente de áreas potenciais para restauração, acessível a órgãos governamentais, ONGs e entidades privadas interessadas em investir em projetos de reflorestamento e recuperação ambiental. “Muitas vezes a falta de dados centralizados e estruturados dificulta o avanço e atrasa os esforços de recuperação. Com a plataforma é possível ser mais assertivo”, afirmou a VEJA Rodrigo Levkovicz, diretor executivo da Fundação Florestal. “Esses dados e outros que são traduzidos na plataforma são cruciais porque dão o tom do investimento necessário para a restauração em si.”
Reflorestamento
A plataforma se alinha com o programa Refloresta SP, uma iniciativa do governo estadual que visa restaurar 1,5 milhão de hectares de vegetação nativa e estabelecer sistemas produtivos biodiversos até 2050. A plataforma será fundamental para orientar a aplicação de recursos do Finaclima-SP, um mecanismo financeiro inovador que busca atrair investimentos privados para projetos de adaptação e mitigação às mudanças climáticas.
“Acabamos de publicar o edital de seleção da entidade gestora do Finaclima, instrumento climático que facilita o recebimento de recursos privados voltados à implementação de projetos e ações de adaptação e mitigação às mudanças climáticas”, disse A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende. “A plataforma vai servir como um instrumento fundamental para orientar a aplicação desses recursos.”