Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Mudança no clima alimenta supertemporais como o que devastou Juquehy

Frequência e intensidade de eventos extremos já são parte do novo normal climático

Por Ernesto Neves Atualizado em 23 fev 2023, 11h37 - Publicado em 23 fev 2023, 10h44
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A extraordinária chuva que desabou sobre o litoral norte de São Paulo durante o último fim de semana – a maior da história do Brasil, de acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) – tem relação intrínseca com as mudanças climáticas.

    Publicidade

    De acordo com a Nasa, agência espacial americana, o aquecimento do globo não só está aumentando a potência das tempestades, como também as torna mais frequentes. 

    Publicidade

    Ainda que a ciência climática seja de alta complexidade, nos últimos anos foram coletadas evidências ligando condições meteorológicas extremas ao efeito estufa.

    Dados verificados por satélites, aeronaves, medições terrestres e projeções de modelos climáticos estão cada vez mais estabelecendo conexões. 

    Publicidade

    “Dentro da comunidade científica, é uma ideia praticamente consolidada”, diz João Teixeira, co-diretor do Centro de Ciências Climáticas no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califórnia.

    “À medida que as temperaturas globais aumentam, a precipitação extrema provavelmente também aumentará”, afirma.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Uma tempestade sem precedentes: o quanto choveu no litoral de São Paulo

    Bertioga – 680 mm

    Publicidade

    São Sebastião – 626 mm

    Guarujá – 388 mm

    Publicidade

    Ilhabela – 337 mm

    Ubatuba – 335 mm

    Continua após a publicidade

    Caraguatatuba – 234 mm

    Santos – 225 mm

    A queima de dióxido de carbono (CO2), também conhecido como gás carbônico, provoca o chamado efeito estufa, em que os gases retém o calor do sol na atmosfera terrestre. 

    O calor excessivo na atmosfera acelera a evaporação da água que, em consequência, passa também a cair na forma de chuva em maior quantidade. ]

    Além disso, a subida nos termômetros aquece a superfície do mar, outro combustível para formação de tempestades.

    Continua após a publicidade

    O aquecimento do oceano em regiões tropicais como o Brasil vem empurrando os temporais para latitudes mais altas, como os Estados Unidos, a Europa e Ásia.

    Um exemplo se deu na China, em 2021. Os valores verificados no litoral norte paulista se assemelham, ao desastre de Zhengzhou, a 700 quilômetros de Pequim.

    Lá, a precipitação pluviométrica foi de 610,5 mm e foi classificada por meteorologistas locais como a chuva do milênio. O valor é quase idêntico ao que se viu em Bertioga e São Sebastião.

    Não é coincidência, também, que os furacões verificados na costa dos Estados Unidos estejam ficando mais potentes.

    Em 2022, o furacão Ian surpreendeu meteorologistas ao ganhar força em tempo recorde e avançar  sobre a Flórida na categoria 4, quando os ventos atingem velocidades entre 210 e 249 km/h e as ondas na costa ultrapassam os 5 metros de altura.

    Continua após a publicidade

    Ian foi o sexto furacão em categoria 4 a afetar os Estados Unidos nos últimos seis anos, um recorde.

    O problema agora é saber em que medida as mudanças climáticas afetam o padrão de tempestades. Segundo a Nasa, é como analisar o desempenho de um atleta sob efeito de esteróides.

    Sabe-se que esses compostos químicos incrementam a performance humana. Mas é difícil quantificar o quanto da melhoria desse esportista se deve aos anabolizantes.

    Veja abaixo os três maiores acumulados de chuva em 24 horas da história do Brasil

    Bertioga, 2023 – 683 mm

    Petrópolis, 2022 – 534 mm

    Continua após a publicidade

    Florianópolis, 1991 – 404 mm 

    Furacão Ian, em 2022: mais potente que o esperado
    Furacão Ian, em 2022: mais potente que o esperado (Nasa/Divulgação)
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.