No fim desta quarta-feira, 23, fortes chuvas caíram sobre a capital de São Paulo, provocando o cenário rotineiro: congestionamentos, queda de árvores, alagamentos e falta de luz. Mais de 70 mil endereços tiveram corte de energia. Mas não se trata de um temporal passageiro. A instabilidade atmosférica continua sobre a capital e provoca precipitações entre 30 e 20 milímetros por hora. Em outras palavras a intensidade fica ora mais forte, ora mais fraca. Ela avança pela madrugada de quinta-feira e se estende até sexta-feira. A Defesa Civil emitiu alertas para a região metropolitana e litoral. Há possibilidades de desabamentos devido a combinação de chuva e ventos fortes.
A mudança no tempo se deve ao aquecimento do Oceano Atlântico, que está 4°C acima da média histórica. O litoral mais quente contribuiu para a formação de chuvas e expõe as regiões Sul e Sudeste a eventos climáticos extremos, de acordo com o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens (Lapis). Somado a isso, uma frente fria entra pelo litoral gaúcho e se desloca para o Sudeste na quinta-feira. O choque dessas das condições provocam ventos de até 70 km/h, no Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. Há alta probabilidade de ressaca no mar, nesses estados.
Chuvas diminuem preocupação com os reservatórios
Começou a temporada de chuvas, mas a preocupação na cidade de São Paulo é se as águas serão suficientes para recompor o nível dos reservatórios de água. A Sabesp, empresa responsável pelo abastecimento da capital, privatizada este ano, informa que o abastecimento está normal, 44,9% de capacidade. Falta pouco, no entanto, para entrar na faixa de alerta, abaixo de 40%. As chuvas chegam na hora certa. Em algumas cidades do estado paulista, os municípios revela dificuldade de restabelecer o nível dos reservatórios. Vinhedo, por exemplo, emitiu decreto de emergência hídrica em maio. O rodízio feito com abastecimento em dias alternados atinge cerca de 74% do município e há multa, de R$ 663, para desperdício. A empresa municipal de saneamento, Sanebavi, mantém boletins semanais de informação, e prevê abertura de novos poços.
Bauru, a mais populosa das cidades com decreto de emergência reconhecido pelo governo do estado, tem 100 mil moradores (26% de sua população) em áreas com rodízio, por conta da diminuição do volume do Rio Batalha, e está em situação de emergência hídrica desde 9 de maio desse ano.
(Com Agência Brasil)