São muitos os problemas que permeiam o mundo da moda. Mão de obra escrava, descartes incorretos e uso de materiais poluentes estão entre as questões polêmicas, que ainda comprometem muitas produções. Há mais de dez anos, no entanto, o movimento pela sustentabilidade no setor procura tornar a moda mais amiga do meio ambiente, socialmente justa e transparente. Ainda assim o setor é considerado o segundo mais poluidor do mundo, atrás apenas do petrolífero. A esperança de mudança fica mais forte quando se vê uma gigante do fast fashion trilhar por outros caminhos. Nesta semana, a Renner, que investe nesta pegada verde há pelo menos uma década, alcançou um marco importante: atualmente de cada dez peças, oito são produzidas a partir de processos mais sustentáveis.
O que isso quer dizer? Tanto o algodão como a viscose usados nas roupas são certificados –portanto não produzem impactos negativos ao meio ambiente. Para enxugar o desperdício, entre as matérias primas está o fio reciclado. O material se origina na desfibragem das sobras de corte de tecido ou de roupas já existentes. Há também recursos de inteligência de dados na redução de emissões de CO2 na cadeia de fornecimento e projetos voltados ao combate das mudanças climáticas. Isso sem contar as campanhas voltadas para o tema. No ano passado, a empresa patrocinou o Eco Fashion Week, que é o maior evento de moda sustentável da América Latina.
O conjunto de ações fez a Renner conquistar o primeiro lugar, no setor de varejo de moda, no Índice Dow Jones de Sustentabilidade, de 2023, que avaliou 7,8 mil empresas de mais de 60 setores da economia de diversas partes do mundo. Ela é a única brasileira que está na lista. E desde 2021, se mantém entre as TOP3. O Brasil descarta mais de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis por ano. Ao mesmo tempo, cerca de 170 mil toneladas de roupas novas são produzidas no Brasil e apenas 20% reciclada.