As autoridades americanas ainda não conseguem avaliar os estragos do furacão Milton, que tocou o território da Flórida, às 1h30, desta quinta-feira, e atravessou o estado até alcançar o Oceano Atlântico, onde seguiu com intensidade a princípio de tornado. Considerado o furacão mais intenso dos últimos 100 anos, o Milton não foi tão catastrófico como o governo temia. Apesar de ter chegado com a força calculada pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (Noaa), as enchentes foram menores, e isso se deve ao fato de o furacão não ter entrado por Tampa Bay, a maior cidade da região, mas a 80 quilômetros de lá.
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O furacão chegou pela cidade de Sarasota, mais ao sul. “Isso fez toda a diferença, pois na região o mar é mais profundo do que na Baía de Tampa”, disse à Veja Suzana Camargo, codiretora do Programa de Pesquisa da Faculdade do Clima da Universidade de Columbia. Quanto menor a profundidade, maior a força dos ventos de jogar as águas para o território. A última vez que um furacão atingiu Tampa foi em 1921. A cidade tinha apenas 120 mil habitantes. Oito pessoas morreram e navios a vapor foram destruídos nas docas. Temendo um desastre ainda maior, porque hoje a região tem uma população quatro vezes maior, a cidade foi praticamente evacuada para a chegada do Milton.
Estragos
Mesmo depois de ter passado pelos EUA, os ventos e as tempestades continuam na região. A orientação das autoridades ainda é que a população não volte para casa até que as estradas estejam em condições de trafegar. O furacão chegou à Flórida com categoria 3, e ventos de 195 km/h. Produziu mais de 19 tornados paralelos. Até agora o governo da Flórida contabiliza a destruição de 125 casas pré-fabricadas e que cerca de 3 milhões de americanos estejam sem energia elétrica. Há também falta de combustível nos postos de abastecimento.