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Estudo global mostra impacto da mineração no desmatamento de florestas

Pesquisadores analisaram dados das últimas duas décadas e identificaram potenciais ameaças para a conservação de florestas tropicais

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 set 2022, 12h53 - Publicado em 12 set 2022, 16h54
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  • The islands of New Caledonia contain about about 10% of the world's nickel reserves. It is the world's fifth largest producer after Russia, Indonesia, Canada and Australia and it accounts for 7–10% of country's GDP. Nickel represents about 97% of the total value of exports. Strip mining is the most common technique adopted for nickel mining and the local nickel industry is dominated by the French company SLN (Societe Le Nickel).
    A mineração industrial contribuiu diretamente com a perda florestal de 3.464 quilômetros quadrados (Arne Hodalic/Getty Images)

    Um estudo global mostrou o impacto da mineração industrial nas taxas de desmatamento de florestas tropicais. Ao analisar informações de 2000 a 2019 da base de dados da plataforma de monitoramento de florestas Global Forest Watch e de mais de 3.000 minas, pesquisadores concluíram que a atividade contribuiu diretamente com a perda florestal de 3.464 quilômetros quadrados. Deste total, 80% do desmatamento está localizado em quatro países: Indonésia, Brasil, Gana e Suriname.  

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    Ao mesmo tempo, a mineração corresponde a cerca de 1% do desmatamento no Brasil e na Indonésia. No Suriname, a atividade corresponde a 11% da perda de vegetação. Contudo, além da derrubada de floresta motivada diretamente pela abertura de minas, há também a devastação em áreas próximas às mineradoras com a abertura de estradas, por exemplo. O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Economia e Negócios de Viena e da Universidade Clark, nos Estados Unidos, e publicado no periódico PNAS. 

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    De acordo com o professor de Meio Ambiente e Sociedade da Escola de Pós-Graduação em Geografia da Clark University e autor correspondente do estudo, Anthony Bebbington, “considerando as crescentes demandas por minerais, em particular por metais para energia renovável e tecnologias de mobilidade elétrica, as políticas do governo e da indústria devem levar em conta os impactos diretos e indiretos da extração”. 

    Para ele, “enfrentar esses impactos é uma ferramenta importante para conservar as florestas tropicais e proteger os meios de subsistência das comunidades que vivem nessas florestas”. Os pesquisadores sobrepuseram as coordenadas geográficas das minas industriais em operação de 2000 a 2019 com dados de perda florestal do conjunto de dados Global Forest Change para o mesmo período. Os dados abrangeram 26 países representando 76,7% do desmatamento tropical total observado de 2000 a 2019. 

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    A extração de carvão na província indonésia de Kalimantan Oriental impulsionou o desmatamento relacionado à mineração no país. O desmatamento da mineração de minério de ferro e ouro no estado brasileiro de Minas Gerais foi claramente visível nos dados de satélite, enquanto a mineração de bauxita e ouro foram predominantes em Gana e Suriname.

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    Além do desmatamento, a mineração carrega uma gama de danos ambientais associados às operações, como a destruição de ecossistemas, perda de biodiversidade, contaminação de fontes de água e produção de resíduos perigosos. 

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    Segundo o principal autor do estudo e professor associado do Instituto de Economia Ecológica da Universidade de Economia e Negócios de Viena, Stefan Giljum, “a permissão do governo deve levar tudo isso em consideração; uma mina industrial pode facilmente perturbar paisagens e ecossistemas. A mineração industrial continua sendo uma fraqueza oculta em suas estratégias para minimizar os impactos ambientais”.

    Pesquisas anteriores na Amazônia brasileira mostraram que reconhecer e fazer valer os direitos de propriedade coletiva dos povos indígenas e de comunidades locais é uma das formas mais eficazes de prevenir o desmatamento, pois a derrubada da floresta em seus territórios é significativamente menor do que em locais administrados por outros governos ou entidades privadas. 

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    O mais recente relatório climático das Nações Unidas concordou: “apoiar a autodeterminação indígena, reconhecer os direitos dos povos indígenas e apoiar a adaptação baseada no conhecimento indígena são fundamentais para reduzir os riscos das mudanças climáticas e uma adaptação eficaz”.

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