Estudo alerta que bem-estar da humanidade está sob ameaças recordes
Relatório publicado pela revista 'The Lancet' é o mais preocupante dos últimos oito anos de monitoramento
As mudanças climáticas levam a um desequilíbrio do meio ambiente, observado por eventos extremos de impactos nem sempre previstos. Tempestades, furacões, secas e queimadas causam danos materiais e colocam vidas em risco. Há oito anos, a revista científica britânica The Lancet monitora as ameaças do aquecimento global para a saúde das pessoas, em todas as partes do mundo. Trata-se de um estudo profundo, realizado com a colaboração de 300 pesquisadores multidisciplinares e profissionais da saúde que acompanham os impactos cada vez mais graves, pela falta de seriedade dos países com as questões do meio ambiente. Ações efetivas para frear o meio ambiente são sempre postergadas, pelos mais diversos motivos. O relatório deste ano foi costurado por 122 líderes de agências nacionais e instituições acadêmicas ao redor do mundo. O balanço é o alerta mais preocupante de todos os anos de monitoramento, pois demonstra aumento recorde de ameaças à saúde e à sobrevivência.
Dos 15 indicadores usados para monitorar o impacto do clima, 10 pioraram. No ano passado, por exemplo, as pessoas foram expostas a 50 dias a mais de temperaturas perigosas para a saúde. A população mais suscetível está nos extremos. São as crianças e os idosos. O estudo revela a mortalidade de indivíduos com mais de 65 anos, provocada pelas altas temperaturas, aumentou em 167%, desde os anos 1990. Os cientistas esperavam que esse crescimento chegasse a no máximo 65%.
Os eventos climáticos extremos também pioraram e ficaram mais frequentes, representando um risco maior para a vida do que no passado. Os dias de chuvas intensas subiram em 61%, enquanto o período de estiagem passou a ter pelo menos um mês a mais no ano. A união do tempo seco e do calor intensificaram as tempestades de ventos e à maior exposição a um mix de poluentes. Por outro lado, o calor e o excesso de umidade desencadeiam transmissões de doenças, como a do vírus da dengue e da malária, que surgem naturalmente em países que antes do aquecimento não apresentavam condições para os mosquitos transmissores se multiplicarem, caso da França e dos Estados Unidos.
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