Cientistas da COP30 são precisos: mundo deve reduzir em 5% ao ano a emissão de combustíveis fósseis
A construção de um roteiro de trabalho é o caminho apontado para que os países consigam fazer uma transição energética justa e sustentável
Importantes nomes da ciência participam da COP30 reunidos, pela primeira vez, em uma espécie de quartel-general montado especialmente para eles, na Zona Azul. Ao longo da semana passada, dois brasileiros renomados, Carlos Nobre, membro do Planet Guardians, e Paulo Artaxo, professor da USP, entre outros nomes internacionais, encabeçaram palestras esclarecedoras sobre as possíveis estratégias para que o mundo diminua o aquecimento global para um patamar seguro à vida. Todos são enfáticos em apontar para a urgente construção de um roteiro de transição energética para os países avançarem neste programa. A ciência aponta a necessidade de reduzir 5% ao ano a emissão de carbono proveniente dos combustíveis fósseis. Abaixo estão as considerações dessa comunidade depois de uma semana de trabalho na COP30.
Carlos Nobre, renomado cientista brasileiro e membro do movimento Planetary Guardians:
“Até agora, há uma atmosfera construtiva em Belém. É positivo que a presidência mantenha um roteiro para a eliminação gradual de combustíveis fósseis. A ciência mostra claramente que temos que reduzir as emissões em 5% a cada ano, de agora em diante, para ter alguma chance de minimizar o overshoot e evitar a destruição do suporte de vida para bilhões de pessoas”,
Paulo Artaxo, um dos mais renomados cientistas brasileiros em climatologia e ciências atmosféricas e professor da USP:
“É absolutamente essencial que a COP30 projete um roteiro para se livrar de toda exploração e uso de combustíveis fósseis. Sem isso, as trajetórias para voltar a 1,5 grau serão impossíveis nas próximas décadas. É essencial que tenhamos um roteiro para que os países possam planejar sua transição energética de forma justa e sensata, construindo uma nova sociedade sustentável sem combustíveis fósseis”
Ricarda Winkelmann, cientista climática e diretora-fundadora do Max Planck Institute of Geo Anthropology, referência mundial em dinâmica das geleiras e pontos de inflexão do sistema terrestre:
“O tempo também é essencial quando pensamos nas futuras gerações, porque a ciência mostra claramente que são as crianças e os filhos dos nossos filhos que arcarão com o impacto das emissões de hoje. As decisões tomadas aqui na COP30 em Belém terão impactos agora, mas também nas próximas décadas e séculos”,
Fátima Denton, diretora do Instituto de Recursos Naturais da Universidade das Nações Unidas na África:
“Se excedermos os 1,5 graus Celsius, isso causará muitas dificuldades para as economias mais pobres e comunidades mais pobres. Isso se manifesta em termos de aumento de custos de adaptação, mais perdas, falhas de colheitas, inundações e secas.”
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