Brasil registra mês de julho mais quente em 62 anos
Dados do Instituto Nacional de Meteorologia mostram que temperatura ficou em 23°C, mais de 1°C acima do normal

O mês de julho que acaba de se encerrar foi o mais quente em 62 anos no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Levantamento feito pela Agência Pública mostra que a temperatura média nas estações meteorológicas do país foi 23°C, ou seja, 1°C acima da média histórica.
Essa é a maior medição desde 1961, ano em que foram iniciados os registros do instituto.
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O levantamento aponta ainda que o sul da Amazônia, a região Centro-Oeste e Sul foram os pontos de maior aumento médio nos termômetros.
E que em seis capitais as máximas e mínimas também estiveram acima do previsto.
O último recorde havia sido em 2022, quando houve um acréscimo de 0,8°C na temperatura média. E, antes disso, em 2015, com 0,7°C.
Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, o Inmet registrou um dos maiores aumentos do país, com temperatura máxima de 29,2°C, , ou 1,7ºC acima da média histórica. Já a mínima ficou em 16,9°C na cidade, o que representa aumento de 1,6°C em relação ao esperado.
Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o inverno também foi atípico. A média da temperatura mínima para o mês foi quase 2ºC mais alta que o histórico. E, no final de julho, o sábado, 22, cravou um recorde, com 30ºC.
Confirmado durante o mês de junho pela Nasa, a ocorrência do El Niño pode explicar parte da escalada nos termômetros.
O fenômeno periódico e de origem natural consiste no aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico ao longo da costa do Peru.
Ele costuma alterar a dinâmica do clima em todo o planeta e, no Brasil, aumenta o calor no Sul e Sudeste, contribuindo ainda para a formação de mais tempestades.
No Norte, Centro-Oeste e Nordeste, o efeito se traduz em secas mais prolongadas, piorando os incêndios florestais.
Além disso, o aquecimento global também pode ser apontado como causa do calor fora de época.
Em todo o planeta, institutos de meteorologia registraram temperaturas recordes ao longo das últimas semanas. Isso inclui a maior média de temperatura já vista no globo terrestre.
Os cientistas estão atônitos com a formação de uma onda de calor sobre a América do Sul, que no momento experimenta o inverno.
Ao longo do Chile e Argentina, os termômetros chegaram a cravar 39°C em plena Cordilheira dos Andes, que nesta época costuma registrar temperaturas negativas.
Climatologistas classificaram esse fenômeno como um dos mais impressionantes já vistos.
No Hemisfério Norte, que agora enfrenta o verão, a temporada tem sido de temperaturas sufocantes em países da Europa, Ásia, África e América do Norte.
No Canadá, o país luta para contar os mais de 1.000 focos de incêndios florestais, na pior temporada de queimadas já vista.
Na Itália, Grécia, Estados Unidos e México, por sua vez, o problema é o calor, que vem superando os 50°C, sobrecarregando hospitais.