A justiça foi feita
Dezesseis anos depois de um dos crimes mais bárbaros de nossa história recente, o sentimento de justiça parece se esvair com a autorização para Alexandre Nardoni progredir do regime semiaberto para o aberto
TBT 31 DE MARÇO DE 2010 | “Uma criança de 5 anos de idade foi asfixiada por sua madrasta e lançada viva da janela por seu pai – que, ao vê-la caída no solo, em lugar de socorrê-la, ocupou-se da tentativa de salvar a própria pele e a da mulher, forjando urgência em localizar “o monstro que havia feito aquilo”.
Assim começava a reportagem de oito páginas de VEJA que retratou um dos mais bárbaros crimes de nossa história recente, em que uma criança foi morta brutalmente por aqueles que deveriam protegê-la.
A reportagem trouxe detalhes da cena e apresentou uma reconstituição dos fatos, além de relembrar tribunais de júris que foram decisivos para a história criminal brasileira, mencionando casos como os casos de Guilherme de Pádua e Suzane Von Richthofen.
Como mostra a capa, havia um sentimento de justiça que fazia parecer que a pequena Isabella poderia descansar em paz após a condenação do pai, Alexandre Nardoni, a mais de 30 anos de prisão, e da madrasta, Anna Carolina Jatobá, a mais de 26 anos.
Dezesseis anos depois, no entanto, esse sentimento parece se esvair. Alexandre Nardoni deverá receber, a partir do dia 6 de abril, a autorização da Justiça paulista para progredir da prisão em regime semiaberto para o aberto. A madrasta já havia conseguido na Justiça o benefício da prisão em regime aberto em junho do ano passado.
Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, criticou a decisão judicial que dará benefício ao pai da menina. “Eu me sinto ofendida, como mãe e até em memória da minha filha, porque a gente não espera. Quer dizer, sabe que vai acontecer, mas não espera que isso aconteça”, declarou ao programa Encontro, da TV Globo.
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