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Variação genética ligada a um estilo de vida ativo aumenta a longevidade

Pesquisa descobriu que variante, que é ligada à ação da dopamina, é mais prevalente em pessoas que alcançam idades mais avançadas

Por Da Redação
4 jan 2013, 18h01

Cientistas americanos encontraram evidências genéticas que indicam que uma personalidade social, intelectual e fisicamente ativa está relacionada a uma vida mais longa. Segundo esses pesquisadores, a variação em um gene ligado à dopamina, neurotransmissor associado ao sistema de recompensa do cérebro, torna uma pessoa propícia a apresentar tais características. E, em um novo estudo, eles descobriram que a mesma alteração genética é encontrada mais frequentemente em pessoas que alcançaram – e até ultrapassaram – os 90 anos de idade.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: DRD4 Genotype Predicts Longevity in Mouse and Human

Onde foi divulgada: periódico Journal of Neuroscience

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Quem fez: Deborah Grady, Nora Volkow, Robert Moyzis e equipe

Instituição: Universidade da Califórnia, Estados Unidos

Dados de amostragem: 310 pessoas com mais de 90 anos; 2.902 pessoas de 7 a 45 anos; e camundongos

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Resultado: Uma variação genética no receptor de dopamina DRD4 está associado a um estilo de vida fisicamente e socialmente mais ativo. A prevalência dessa variante é alta em pessoas acima dos 90 anos e a presença de tal alteração proporciona vida mais longa em camundongos.

Os resultados da pesquisa, publicados na edição desta semana do periódico Journal of Neuroscience, também mostraram que roedores com a variante viviam quase 10% de tempo a mais do que os outros.

De acordo com os autores do estudo, a variação em questão ocorre no gene que codifica um dos receptores de dopamina, o DRD4. Esse é um dos genes que facilitam a comunicação entre os neurônios no cérebro e desempenham um papel importante no nosso sistema de recompensa.

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Análise – Em um primeiro momento, a pesquisa se baseou nos dados do Estudo 90+, feito na Califórnia com pessoas que tinham uma idade maior do que 90 anos. Após olhar para as características genéticas de 310 idosos e compará-las às de um grupo de 2.902 pessoas de sete a 45 anos de idade, a equipe descobriu que a prevalência da variante foi 66% maior entre os mais velhos. Os cientistas depois fizeram testes em laboratório com camundongos e compararam o tempo de vida entre animais com e sem a variação.

“Embora essa variação genética não influencie diretamente a longevidade, ela é associada a traços de personalidade que vêm se mostrando importantes para uma vida longa e mais saudável. Tem sido bastante documentado o fato de que, quanto maior o envolvimento com atividades físicas e sociais, maior a probabilidade de vivermos mais”, diz Robert Moyzis, pesquisador da Universidade da Califórnia em Irvine, nos Estados Unidos, e coordenador do trabalho.

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Opinião do especialista

Roberto Muller

Médico geneticista e chefe do setor de genética do Hospital dos Servidores Públicos de São Paulo

“Tudo o que envolve comportamento, longevidade e qualidade de vida possui muitas variáveis, e não somente as genéticas ou as ambientais. São multifatoriais e podem ser influenciados por fatores como nível socioeconômico, etnia e o país onde o indivíduo vive.

Como os autores do estudo destacam no artigo, essa variação genética pode contribuir com um estilo de vida mais ativo e com a longevidade. Ou seja, pode até ajudar, o que eu acredito que ocorra, mas não é o único responsável por isso ocorrer.

Não podemos achar, por exemplo, que apenas essa variante nos faria viver mais e que somente quem a carrega será ativo ou terá maior expectativa de vida, mesmo se fumar ou se alimentar mal, por exemplo.”

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