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Tomografia pode indicar o melhor tratamento para cada paciente com depressão

Pesquisadores descobriram que o padrão da atividade em determinada região do cérebro pode diferenciar pessoas que responderão melhor a medicamentos daquelas que serão mais beneficiadas com a psicoterapia

Por Da Redação
13 jun 2013, 10h38

Pesquisadores americanos descobriram uma forma de fazer com que um exame de tomografia ajude os médicos a prever se um paciente com depressão responderá melhor a um tratamento com remédios ou à psicoterapia. Isso porque a equipe conseguiu identificar determinados padrões da atividade cerebral de pacientes com a doença que estão relacionados ao sucesso – ou não – dos tratamentos contra o problema.

A pesquisa, promovida pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH, sigla em inglês) dos Estados Unidos, foi publicada nesta quarta-feira no periódico JAMA Psychiatry. Se essas conclusões forem confirmadas em estudos futuros, os autores acreditam que será possível definir melhor os tipos de depressão e, assim, selecionar o melhor tratamento para cada paciente de uma forma objetiva.

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A PROCURA PELA OBJETIVIDADE

Ao contrário de outras áreas de medicina, os diagnósticos psiquiátricos ainda não dispõem de marcadores biológicos ou de padrões de atividade cerebral que possam revelar a doença de modo preciso. Há um mês, foi publicada a mais nova edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, sigla em inglês), feito pela Academia Americana de Psiquiatria e considerado por muitos como a “bíblia da psiquiatria”. Embora tenha promovido algumas mudanças nessa área, o documento não resolveu a falta de objetividade nos diagnósticos psiquiátricos.

Diante disso, o próprio NIH criou, em 2009, o Projeto de Pesquisa em Domínio de Critérios, o RDoc. O projeto tem como objetivo investir em novas pesquisas que descubram o que acontece em um cérebro com um distúrbio mental; ou então quais genes presentes no DNA são responsáveis por desencadear doenças do gênero. Ou seja, é uma tentativa de inserir a neurociência e a genética dentro do âmbito dos diagnósticos psiquiátricos.

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“A depressão é uma condição séria e o sofrimento prolongado causado por um tratamento ineficaz pode causar grandes consequências médicas, pessoais e sociais. Nosso objetivo não é somente deixar os pacientes bem, mas fazer isso o mais rápido possível, usando o tratamento que seja melhor para cada indivíduo”, diz Helen Mayberg, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Emory, Estados Unidos, e coordenadora do estudo.

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Atividade cerebral – Há alguns anos, Mayberg vem estudando, por meio de tomografias, o que acontece no cérebro de pessoas deprimidas e de que forma diferentes tratamentos afetam a atividade cerebral delas. Com base nas descobertas de seus trabalhos anteriores, esse novo estudo usou tomografias para avaliar a atividade de determinada região cerebral de pessoas com depressão. A área analisada foi a ínsula, que ajuda a controlar as emoções.

A pesquisa avaliou 38 pessoas diagnosticadas com depressão com idades entre 18 e 60 anos. Parte dos participantes foi submetida a 12 semanas de tratamento com antidepressivos e o restante, a dezesseis sessões de terapia cognitivo-comportamental. Antes do início do tratamento, eles foram submetidos a uma tomografia.

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Previsões – A equipe descobriu que o padrão da atividade na ínsula anterior do cérebro dos participantes pode diferenciar aqueles que responderão ou não ao tratamento atribuído. Mais especificamente, as conclusões indicaram que pessoas com depressão que apresentam, nas tomografias, uma baixa atividade nessa área do cérebro são aquelas que se beneficiam do tratamento com terapia cognitivo-comportamental. No entanto, essas pessoas apresentam pouca resposta aos medicamentos antidepressivos. Por outro lado, pacientes que apresentam uma alta atividade na ínsula anterior são mais propensos a responder bem aos remédios e mal à psicoterapia.

“Esses dados sugerem que se você trata o paciente com base em seu tipo cerebral, você aumenta as chances de promover um tratamento eficaz”, diz Meyberg. Segundo a pesquisadora, esses achados precisam ser replicados em outros estudos para que possam, no futuro, ser usados na prática clínica.

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