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Tsipras confirma aliança com nacionalistas para governar

Juntos, a coalização de esquerda Syriza e os nacionalistas de direita terão no Parlamento um bancada superior à maioria necessária para governar

Por Da Redação
26 jan 2015, 09h07

O líder da Coalizão de Esquerda Radical (Syriza), Alexis Tsipras, será o novo primeiro-ministro da Grécia graças a uma aliança selada na manhã desta segunda-feira com um partido nacionalista dissidente da direita. O acordo foi firmado durante reunião com Panos Kammenos, chefe dos Gregos Independentes. Juntos, os dois partidos terão no mínimo 162 deputados no Parlamento, mais do que a maioria necessária, de 151.

A aliança entre as duas forças já era esperada desde a semana passada, quando declarações nesse sentido haviam sido feitas por líderes dos dois partidos. O que surpreende é que os Gregos Independentes tenham sido os primeiros a serem escolhidos, já que são uma agremiação de deputados populistas egressos da Nova Democracia (ND), partido de Antonio Samaras, primeiro-ministro derrotado nas urnas.

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Nas próximas horas a aliança pode crescer ainda mais. Tsipras deve receber na sede do Syriza outros dois dirigentes: Stavros Theodorakis, líder do partido de centro esquerda To Potami (“O Rio”), e Dmitris Koutsoubas, do Partido Comunista da Grécia (KKE). Com Potami as negociações já haviam sido iniciadas. Já o KKE demonstra mais resistência, por se considerar a verdadeira esquerda radical no país, classificando o Syriza como social-democrata. Na eventualidade de obter o apoio das duas agremiações, Tsipras governará com uma larga maioria de 194 deputados no Parlamento, de um total de 300.

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Tsipras deve nomear para o cargo de vice-primeiro-ministro o deputado moderado Yannis Dragasakis, que terá como função supervisionar os ministérios de Finanças e de Economia e liderar as negociações para a renegociação com técnicos da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) em torno da dívida soberana grega de quase 700 bilhões de reais. A dívida da Grécia, que em 2008 era de 112,9% do PIB, fechou 2014 em 177% do PIB, segundo estimativas parciais. Para assumir o ministério das Finanças, o cogitado é Yanis Varoufakis, doutor em Teoria Econômica da Universidade de Atenas, um dos autores do programa de governo e deputado eleito pelo Syriza para uma vaga no Parlamento.

Falando ao Estado na noite de domingo, Varoufakis afirmou que o governo de Tsipras terá três prioridades imediatas: “enfrentar a crise humanitária” que causa grande precariedade a 300.000 pessoas no país, lançar um programa de reformas estruturais para impulsionar o crescimento e, “obviamente”, renegociar a dívida. “Há reformas essenciais a serem empreendidas com o objetivo de reconstituir a base produtiva e restaurar a Justiça e a eficiência do país”, argumentou.

Varoufakis não quis responder se o novo governo proporá aos credores um novo corte da dívida ou apenas o seu reescalonamento, com redução drástica dos juros. “Não farei nenhum pronunciamento neste momento”, disse, ressaltando porém que a negociação será profunda. “Temos de parar de afirmar que a Grécia tem um problema de liquidez, quando temos um problema de insolvência, uma das explicações para a deflação de preços e salários que impacta a Grécia”, sustentou.

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(Com Estadão Conteúdo e agência Reuters)

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