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Delegação da Unasul vai a Caracas e dá respaldo a Maduro

Delegação foi a Caracas e embarcou no discurso do presidente venezuelano de que um golpe está sendo armado contra o governo

Por Da Redação
6 mar 2015, 22h30

A crise política se aprofundou na Venezuela desde a onda de protestos contra o governo de Nicolás Maduro no ano passado. A postura da Unasul, no entanto, não mudou. Nesta sexta-feira, uma missão diplomática foi a Caracas com o objetivo declarado de mediar a crise entre governo e oposição. Mas o que resultou da reunião foi uma nota de respaldo ao presidente venezuelano.

“Recebemos uma importante informação sobre fatos de ordem nacional e internacional que estão ameaçando a estabilidade democrática da Venezuela”, disse o secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, endossando o discurso repetido inúmeras vezes por Maduro de que um golpe está sendo planejado contra o seu governo. “Frente a isso, queremos declarar de maneira enfática: Todos os Estados membros da Unasul, sem exceção, rechaçam qualquer tentativa de desestabilização democrática de ordem externa ou interna no país irmão”.

Samper foi a Caracas junto com uma delegação integrada pelos chanceleres do Brasil, Mauro Vieira; da Colômbia, María Ángela Holguín; e do Equador, Ricardo Patiño. O secretário-geral lembrou os princípios da Unasul – manter a região como uma zona de paz, a preservação dos direitos humanos e a defesa da democracia – esquecendo que eles têm sido ignorados pelo governo venezuelano. E acrescentou: “Todos os países da Unasul estão cerrados com a defesa da continuidade democrática na Venezuela”.

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Se houve um lado bom nas declarações depois do primeiro encontro foi o fato de Samper defender a realização das eleições parlamentares previstas para o fim deste ano. “Achamos que esse é o melhor cenário para que as dificuldades sejam enfrentadas, para que as diferenças políticas sejam confrontadas, para que acabem as controvérsias”. A oposição teme uma manobra de Maduro para suspender o pleito.

No ano passado, uma delegação da Unasul então integrada pelo chanceler brasileiro Luiz Alberto Figueiredo, junto de María Ángela e Patiño, já tinha ido a Caracas participar das mesas de diálogo entre o governo e a oposição. Mas os encontros duraram pouco, porque a oposição exigiu do governo gestos como a libertação de presos políticos. A exigência encontrou ouvidos moucos. Desde então, Maduro não mudou em nem um milímetro sua posição, ao contrário, continua reprimindo manifestações e prendendo dissidentes. As alucinações sobre tentativas de golpe servem apenas para esconder a real motivação do presidente: tirar de cena seus adversários.

Os diplomatas ainda devem se encontrar com dirigentes da oposição, autoridades eleitorais, judiciais e da Procuradoria Geral. No caso das três últimas, vão falar com instituições submetidas às vontades do chavismo.

Escassez – Os países da União de Nações Sul-Americanas também se comprometeram a dar apoio à distribuição de produtos de primeira necessidade no país. “A ideia é que todos os países da região, por meio de seus canais de distribuição, possam apoiar os esforços de distribuição que estão fazendo na Venezuela para que todos os venezuelanos recebam esses produtos básicos, sem exceção”, afirmou o ex-presidente da Colômbia.

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Maduro persegue empresários, acusando-os de acumular bens para prejudicar o governo. Com isso, tentar desviar o foco dos 15 anos de ineficiência do chavismo na economia, que obrigou os cidadãos a enfrentarem filas gigantescas para comprar itens indispensáveis como leite, açúcar, frango, papel higiênico e remédios.

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(Da redação)

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