‘Com o tempo, podemos virar a página’, diz Obama a Raúl Castro
Por Da Redação
11 abr 2015, 17h58
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste sábado ao cubano Raúl Castro que a história entre os dois países é “complicada”, mas que eles estão agora em “condições de avançar”. “Com o tempo, é possível que possamos virar a página e desenvolver uma nova relação entre nossos dois países”, afirmou. A declaração foi feita durante a reunião histórica que os dois realizaram no Panamá, onde acontece a VII Cúpula das Américas, com a presença de todos os 35 países do continente — inclusive Cuba, pela primeira vez na história. Esta também foi a primeira vez que os chefes dos dos países, Cuba e Estados Unidos, se reuniram em mais de cinquenta anos.
Os dois se encontraram em uma pequena sala dentro do Centro de Convenções Atlapa do Panamá, e se sentaram lado a lado, como acontece quando o líder americano recebe um chefe de Estado estrangeiro no Salão Oval, na Casa Branca. Segundo Obama, a maioria dos americanos e também dos cubanos respondeu de forma positiva ao anúncio para a reaproximação diplomática que ele e Castro fizeram em dezembro do ano passado. Ele explicou que a reaproximação aconteceu porque “era o momento” de seu país tentar “algo novo” na relação com Cuba porque a política anterior não havia funcionado.
Castro, que mais cedo chamou Obama de “homem honesto”, se disse disposto a um diálogo respeitoso, mas pediu “paciência”. “Pode ser que nos convençam de algumas coisas e de outras não, não se deve criar expectativas”, disse. Também mais cedo, Raúl Castro pediu que Cuba fosse retirada da lista de países patrocinadores do terrorismo. Obama, em seu discurso na plenária do evento, sinalizou positivamente, mas não anunciou a retirada na reunião com o cubano.
A reunião deste sábado foi precedida de uma conversa telefônica, feita na quarta-feira, e esteve centrada em revisar o processo para a restituição das relações diplomáticas bilaterais, que deve levar à reabertura de embaixadas em Washington e Havana. Essa reabertura, para a qual ainda não há data, também foi tratada na reunião de três horas que o secretário de Estado americano, John Kerry, e o chanceler da ilha, Bruno Rodríguez, realizaram na quinta-feira, no Panamá. E que também havia sido histórica: na data, o contato se tornou o mais alto nível diplomático alcançado entre EUA e Cuba desde 1958.
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