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Bolivianos dizem não ao plano de perpetuação de poder de Evo Morales

Com 72,5% dos votos apurados, o "Não" à reeleição lidera com 56,5% contra 43,2%. Pesquisas e projeções apontam que a vantagem da oposição é irreversível

Por Da Redação
22 fev 2016, 07h41

O presidente boliviano Evo Morales foi derrotado no plebiscito que o autorizaria a realizar uma reforma na Constituição para disputar a sua terceira reeleição, em 2019. Segundo o resultado preliminar, divulgado nesta segunda-feira, 56,5% dos eleitores votaram pelo “Não”. Com 72,5% das urnas apuradas, pesquisas e projeções apontam que o “Sim”, com 43,2%, não conseguirá superar os votos pelo “Não”. Morales, que está no poder há dez anos e é o mais longevo dos presidentes sul-americanos, caso tivesse recebido o aval na consulta deste domingo, poderia se candidatar nas eleições de 2019, permanecendo poder até 2025 e completando duas décadas na Presidência.

A derrota de Morales frustrou uma série de manobras de seu governo para garantir a sua perpetuação do poder. As mudanças na Constituição, em favor do presidente, começaram ainda no seu segundo mandato. Uma nova Carta Magna foi promulgada como sendo a “refundação do país”. Sendo assim, ele disse que o seu primeiro mandado não poderia ser considerado, pois a Bolívia que surgia ali “era outra”. O Judiciário ignorou a manobra, apesar das reclamações da oposição.

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Reeleito para o terceiro mandato em 2014, Morales começou a trabalhar pela permanência no poder inspirado no modelo bolivariano de Hugo Chávez, que conseguiu manobrar a constituição venezuelana para poder se reeleger de forma indefinida. A derrota de hoje não coloca fim nos planos de Morales. Pela lei boliviana, no ano que vem, ele poderá convocar um novo plebiscito como este.

Um dos fatores que corroboraram para derrota de Morales no plebiscito está relacionado a um escândalo sexual e de corrupção envolvendo a jovem Gabriela Zapata, com quem teve um filho. Segundo as denúncias, a sua ex-amante ganhou um cargo de diretoria na multinacional chinesa Camc e conseguiu a aprovação do governo em contrados somando 566 milhões de dólares (mais de 2 bilhões de reais).

O affaire de Morales com Zapata ofuscou a sua boa imagem para os indígenas. Quando era questionado sobre sua solteirice, ele jogava para plateia: “Sou casado com a Bolívia”. Para emendar, dizia que quando se casasse, seria com uma mulher de tranças e pollera – a tradicional saia com anágua das mulheres andinas. Portanto, uma indígena. A revelação que ele teve um caso amoroso com uma mulher siliconada, de cabelos com mechas alouradas, com a qual chegou a ter um filho, desmontou de vez o seu discurso de homem do povo afeito às coisas simples.

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