Após sete anos, Coreias têm reunião de alto escalão
Na pauta está o encontro, que ocorre daqui uma semana, de parentes separados pela Guerra da Coreia. Será o primeiro evento do gênero desde 2010
Representantes da Coreia do Sul e Coreia do Norte iniciaram nesta quarta-feira sua primeira reunião entre funcionários de alto escalão em sete anos para tratar do encontro das famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-1953), programado para ocorrer daqui uma semana, entre os dias 20 e 25 de fevereiro.
Os delegados dos dois governos se encontraram às 10h05 (23h05 de terça-feira em Brasília) no lado sul da aldeia fronteiriça de Panmunjom, informou uma porta-voz do Ministério da Unificação sul-coreano. As partes não estabeleceram a duração da reunião, que pode se prolongar por todo o dia “em função de como as negociações evoluírem”, explicou a porta-voz.
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O primeiro encontro de alto nível entre os governos das duas Coreias desde 2007 é liderado, do lado sul-coreano, pelo secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional do Escritório Presidencial, Kim Kyou-hyun. Antes de partir para Panmunjom, Kim declarou à imprensa seu desejo de garantir que o próximo encontro das famílias divididas aconteça, conforme o previsto, entre os dias 20 e 25 deste mês no complexo turístico do monte norte-coreano de Kumgang. Além disso, ele garantiu que teria na reunião desta quarta uma “atitude aberta” para dar um passo importante para a construção de “uma nova península coreana”.
A delegação da Coreia do Norte é liderada por Won Dong-yon, vice-diretor do Departamento da Frente Unida do Partido dos Trabalhadores norte-coreano. Além de assentar o caminho para a realização do reencontro entre as famílias, espera-se que os representantes de Seul e Pyongyang busquem formas de dar uma periodicidade para esses eventos humanitários.
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Os dois governos concordaram na semana passada, após encontros entre delegados da Cruz Vermelha nos dois países, em realizar uma reunião na qual 100 famílias do Norte e outras 100 do Sul se reunirão entre 20 e 25 de fevereiro com seus parentes do outro lado da fronteira – alguns que não veem há mais de seis décadas. O programado reencontro familiar será o 19º desde 1985 e o primeiro depois de três anos, desde outubro de 2010.
Dezenas de milhares de coreanos, quase todos idosos atualmente, não puderam retomar o contato com seus parentes do outro lado da fronteira desde que o conflito armado dividiu a península coreana entre o Sul capitalista e o Norte comunista.
(Com agência EFE)