Coreias chegam a acordo para reunir famílias separadas pela guerra
O último encontro entre famílias aconteceu no final de 2010. Há milhares de pessoas, mais de 80% acima dos 70 anos, que estão há seis décadas separadas
Por Da Redação
5 fev 2014, 07h03
Os representantes das Coreias do Sul e do Norte chegaram nesta quarta-feira a um acordo para que sejam realizadas as reuniões das famílias separadas pela guerra entre os dias 20 e 25 de fevereiro, depois de mais de três anos do último encontro. Delegados da Cruz Vermelha dos dois países, que se reuniram na aldeia fronteiriça de Panmunjom, chegaram a um acordo para realizar os encontros durante esses seis dias em um complexo hoteleiro do monte Kumgang, situado em território norte-coreano, declarou uma porta-voz do Ministério da Unificação de Seul.
A porta-voz explicou que o governo sul-coreano divulgará em breve mais detalhes sobre o acordo para a retomada dos encontros humanitários, cuja última edição aconteceu no final de 2010. A nova tentativa de recuperar as reuniões entre os parentes dos dois países, que estão há mais de seis décadas separados pela Guerra da Coreia (1950 – 1953), acontece depois que nas últimas semanas o governo de Pyongyang convidou Seul para iniciar uma nova etapa de aproximação.
Como resposta, a Coreia do Sul propôs oficialmente ao Norte a volta desses encontros, considerados urgentes devido à idade avançada dos participantes. Dezenas de milhares de coreanos não puderam retomar o contato com seus familiares do outro lado da fronteira desde que a guerra dividiu a península coreana entre o Sul capitalista e o Norte comunista.
O acordo acontece depois de sinalizações do regime do ditador norte-coreano Kim Jong-un para melhorar as relações entre os dois países. Autoridades sul-coreanas disseram que queriam “ver ação em vez de ouvir palavras de Pyongyang”. O acordo para promover os encontros é um pequeno passo adiante nas tensas relações entre os dois países, que tecnicamente ainda estão em guerra – um acordo de paz pondo fim ao conflito nunca foi assinado, mas as duas Coreias concordaram em fazer uma trégua em 1953, que dura até hoje. (Continue lendo o texto)
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Em janeiro, outra questão controversa entre os dois lados emergiu: o Norte reclamou de exercícios militares anuais na região pelas forças sul-coreanas e americanas. O Sul reagiu e disse que o cronograma de atividades militares está mantido e não há possibilidade de desistência. O regime da Coreia do Norte afirma que os exercícios são um prelúdio para uma invasão, fato que o Sul nega. Pyongyang chegou até pedir para os sul-coreanos para participar dos treinos, mas Seul e Washington rejeitaram.
Encontros familiares – Os dois países realizaram seu primeiro evento de reunificação das famílias em 1985, mas até o ano 2000 não houve um segundo encontro. Desde então, até 2010 foram feitas 18 reuniões que permitiram que mais de 3.800 cidadãos voltassem a se reunir por um curto período com seus parentes após décadas de separação. Entre as pessoas que solicitaram participar dos reencontros familiares, 80% têm idade superior aos 70 anos, segundo Seul, e vários desses idosos morrem todos os anos sem poder reencontrar seus parentes do outro lado da fronteira.
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