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Medicina da USP proíbe festas e bebidas por tempo indeterminado

A medida veio após a denúncia de oito estupros ocorridos na faculdade e contraria anúncio anterior, de que a proibição "só aliviaria a responsabilidade da diretoria"

Por Bianca Bibiano
26 nov 2014, 13h05

*Atualizado às 14h45

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) proibiu a realização de festas e o consumo de bebidas alcoólicas no campus por tempo indeterminado. A decisão foi anunciada no início da tarde desta quarta-feira, dia 26, pelo diretor da faculdade, José Otávio Costa Auler Júnior, após reunião da congregação da FMUSP. A proibição integra uma série medidas anunciadas em decorrência de denúncias de crimes sexuais e de direitos humanos dentro do campus, entre eles oito estupros que estão sendo investigados pelo Ministério Público Estadual (MPE).

O anúncio da proibição contraria a declaração feita na semana passada pelo professor Milton Martins, presidente da comissão de direitos humanos da faculdade, que havia afirmado que a instituição não tinha a intenção de banir festas no campus, apenas restringir o consumo de bebidas destiladas nos eventos. “A proibição de festas só aliviaria a responsabilidade da diretoria, mas não resolveria o problema do consumo de álcool entre os jovens”, disse o professor Martins na quarta-feira, dia 19.

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Na reunião de hoje, o diretor da faculdade reconheceu apenas três dos oito casos de estupro investigados pelo Ministério Público Estadual (MPE). Segundo Auler Júnior, os outros crimes não teriam chegado ao conhecimento da diretoria da faculdade. Além dos oito casos analisados pelo MPE, quatro novas denúncias – duas na Medicina de Ribeirão Preto e duas no campus da capital paulista – foram reveladas em audiência na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) na terça-feira, dia 25.

“As vítimas de estupro devem ter a hombridade e honestidade de comunicar pessoalmente o caso à direção”, disse Auler Júnior. De acordo com o diretor, a faculdade investiga os três casos de estupro e um de racismo. As sindicâncias estão abertas e a possível punição aos culpados pode ser a suspensão temporária ou expulsão do curso. Durante a reunião, os professores defenderam também a cassação do diploma dos agressores – a medida, entretanto, não foi confirmada pelo diretor da FMUSP.

Outra medida anunciada pela FMUSP envolve a criação de um Centro de Defesa dos Direitos Humanos, que vai dar apoio para vítimas de violência. Uma ouvidoria também deve ser instaurada para receber as denúncias. De acordo com Auler Júnior, a ouvidoria será coordenada por um pessoa de fora da faculdade de medicina. A instituição ainda não definiu, contudo, quem será o ouvidor e nem a data de início das atividades.

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