USP prevê déficit de 983 milhões de reais em 2015
Desse total, 845,2 milhões de reais devem ser com a folha de pagamento. Estado deve repassar 4,8 bi de reais à universidade no ano que vem
A Universidade de São Paulo (USP) estima um déficit de 983 milhões de reais para o próximo ano. O cálculo foi feito pela Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP) da instituição e integra a proposta de diretrizes orçamentárias para 2015. O levantamento será submetido à aprovação do Conselho Universitário (CO), órgão máximo da USP, nesta terça-feira.
Leia também:
Inquérito do MPE cita oito casos de estupro na Faculdade de Medicina da USP
Com menos inscritos, concorrência na Fuvest diminui
USP deve terminar 2014 com déficit de R$ 1,25 bilhão
Desse total, a COP espera que 845,2 milhões de reais sejam de déficit com a folha de pagamento, custeios e investimentos e 137, 8 milhões de reais de restos a pagar de anos anteriores e a credores. Essas são as despesas que excedem a expectativa de repasses do Estado, estimados no valor de 4,8 bilhões de reais para 2015. A proposta do COP indica que, mesmo com os recursos oriundos de outras fontes, a USP terá de usar de novo suas reservas.
Para 2015, espera-se que sejam retirados 824 milhões de reais da poupança da universidade – esse valor corresponde a quase metade de toda a reserva da USP. O valor não é equivalente ao déficit total previsto, porque a COP estima uma receita financeira de 159 milhões de reais obtidas para as reservas.
A previsão de déficit, contudo, é menor do que a registrada em 2014, que ultrapassa 1 bilhão de reais. A proposta de diretriz aponta um cenário de evolução no orçamento até o ano de 2018, mas em “posição de fragilidade financeira preocupante”, como alerta o documento. A reitoria da USP informou que só se pronunciará sobre a proposta de diretrizes após a reunião do CO, uma vez que não é um levantamento definitivo do orçamento de 2015.
Só os gastos com pessoal (ativos e inativos) devem ultrapassar 5,1 bilhões de reais em 2015, valor correspondente a 105% da expectativa de repasse do Tesouro do Estado. Uma das medidas tomadas pela universidade para contornar a crise foi um plano de demissão voluntária (PDV) de servidores técnico administrativos. A proposta já foi assinada pelo reitor da USP, Marco Antonio Zago, e deve ser implementada nos próximos dias. Com a medida, a reitoria prevê a aposentadoria antecipada de 1.700 funcionários com idade entre 55 e 67 anos.
(Com Estadão Conteúdo)