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Pela TV, o país acompanha ao vivo a guerra do Rio

Emissoras transjmitem movimentação de policiais, carros blindados e bandidos na Vila Cruzeiro, na maior operação dos últimos tempos na cidade

Por João Marcello Erthal
25 nov 2010, 13h47

“Os criminosos que se entregarem receberão o tratamento que a lei determina. Os que nos enfrentarem, serão vítimas das suas proporias escolhas.”

Do coronel Mário Sérgio Duarte, comandante-geral da PM

Tropa de Elite, Cidade de Deus e o que mais a ficção foi capaz de produzir não se equiparam ao que o Rio, desde o fim da manhã desta quinta-feira, assiste ao vivo. Os ‘homens de preto’ do Bope dessa vez não são atores, estão com armas de verdade e, pela primeira vez que se tem notícia, se deslocam em carros blindados da Marinha – modelos usados em guerras, assim como os fuzis que estão em poder dos ‘soldados’ dos dois lados.

Com comentários em tempo real, a Rede Globo exibe os preparativos da guerra: traficantes às dezenas, esgueirando-se nas vielas da Vila Cruzeiro, alguns em motos, outros manobrando caminhões para obstruir as ruas. No asfalto, cercados por um batalhão de jornalistas, homens do Bope, nas armaduras pretas que fizeram fama no cinema, embarcam rumo ao que se desenha um confronto para entrar para a história do Rio – seja pela possibilidade de reconquista de uma área há muito sob controle de criminosos, seja pela quase certeza de que o conflito vai deixar um rastro de mortes.

A história recente do Rio não deixa dúvidas quanto ao saldo desse tipo de confronto: no vizinho Complexo do Alemão, que fica na mesma região da zona norte, há quatro anos uma operação da Polícia Civil resultou em 19 mortes – pelos registros oficiais, apenas, pois há, dentro da própria polícia, convicção de que alguns corpos de supostos bandidos sequer foram encontrados. Este é, até o momento, o conflito mais sangrento da história das operações em favelas. A diferença entre aquela ação e a de hoje, espera-se, é a continuidade da ocupação.

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A promessa é de que a Vila Cruzeiro, assim como o Alemão, serão pacificados – como são classificadas as favelas que recebem Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Na mesma emissora de TV, o ex-capitão do Bope, Rodrigo Pimentel – vem dele parte da inspiração para o personagem central de ‘Tropa de Elite’, o capitão Nascimento – interrompeu a análise técnica dos desdobramentos da guerra para dar um depoimento pessoal: “Fico emocionado. Este é um local que nós sempre sonhamos ocupar”.

Tempo real – Imagens impressionantes não são novidades para os cariocas. Mas a transmissão em tempo real de um confronto dessa magnitude é inédita. Pontualmente às 14h28, o helicóptero da Globo registrava a chegada de um blindado do Bope por uma das ruas de acesso à Vila Cruzeiro. O zoom da câmera mostrou em detalhes o momento em que o veículo se depara com um caminhão travessado e, um a um, os soldados de farda negra desembarcaram, para movimentar o veículo e dar sequência à escalada de mais uma parte da tropa.

Outros movimentos, do outro lado da guerra, estão desde o meio-dia sendo transmitidos pela TV. Em um deles, os bandidos – sempre vistos de cima – manobram um caminhão de uma loja de departamentos e ateiam fogo ao veículo.

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A contagem de corpos desde domingo estava, na manhã desta sexta-feira, em 23 – com pelo menos uma vítima inocente, pelo que se tem notícia, na Vila Cruzeiro. Na forma da lei, o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, anunciou, em uma entrevista a uma emissora de rádio, o que pode ser interpretado como uma nova leva de mortes a caminho: “Os criminosos que se entregarem receberão o tratamento que a lei determina. Os que nos enfrentarem, serão vítimas das suas proporias escolhas.”

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