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Goleiro Bruno tentou fazer uma corda na cela do presídio

Boato sobre suicídio do jogador, que tumultuou o jurí sobre a morte de Eliza Samudio na semana passada, foi motivado por uma 'teresa' filmada pelo circuito de câmeras da penitenciária Nelson Hungria, em Contagem

Por Leslie Leitão 28 nov 2012, 19h36

A notícia fazia sentido, no contexto em que foi divulgada: pouco depois das 14 horas da última quinta-feira, um silêncio aterrador tomou conta do plenário do Tribunal do Júri de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Menos de doze horas depois da confissão de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, sobre a morte de Eliza Samudio, o goleiro Bruno teria cometido suicídio. Para não permitir que os sete jurados ficassem sob o impacto da informação, a juíza Marixa Fabiane Rodrigues pediu que ninguém se manifestasse na sala. À boca miúda, todos entenderam o recado da magistrada no fórum. Mas na era da internet o boato se espalhou como um rastilho de pólvora. Advogados do goleiro desmentiram o suicídio, e só agora o que motivou o boato vem à tona.

Passado o julgamento, as informações que chegaram ao Ministério Público indicam que o boato criado tinha fundamento. Na segunda-feira, o promotor Henry Wagner Vasconcelos Castro foi informado que, de fato, da cela do goleiro foram retirados todos os objetos que pudessem dar qualquer chance de ele atentar contra a própria vida.

No fim daquela manhã, Bruno teria sido flagrado pelas câmeras do circuito interno do presídio Nelson Hungria, em Contagem, amarrando lençóis para fazer o que é chamado de ‘tereza’. A tática, muitas vezes usadas para fazer cordas de fuga, também é um recurso para o enforcamento. “A primeira informação que recebemos, naquele dia da sessão, era de que ele havia tentado o suicídio. Esta semana, recebemos outra informação, de que, na verdade, ele ainda estava se preparando, amarrando lençóis. Fato é que todos os lençóis, por exemplo, foram retirados da cela dele no mesmo dia”, explicou o promotor.

Henry Castro diz ser prematuro afirmar que Bruno, de fato, iria tentar o suicídio. “Normalmente, essas coisas acontecem à noite, já que quem quer se matar não quer ser socorrido. Portanto, como ele fez isso durante o dia, não dá para dizer se é cena ou um fato. O que sabemos é que as câmeras que ficam nos pavilhões flagraram uma movimentação estranha na cela dele”, justifica.

Numa semana em que tem aproveitado para colocar seus outros trabalhos em ordem – além do julgamento de Bruno, marcado para 4 de março, a promotoria tem mais 3.000 casos só na Vara de Contagem – Henry Castro viu a defesa do goleiro, juntamente com a do policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, manifestarem o desejo de tentar anular o julgamento, sob a alegação de que os réus não tiveram representantes nomeados para fazer perguntas durante o julgamento de Macarrão e de Fernanda Gomes Castro, ex-namorada de Bruno. “O Bola, por exemplo, desde o primeiro dia, quando teve o seu processo desmembrado, manifestou que não aceitaria ser representado por defensores públicos. Ora, não faria sentido dar voz a alguém que não se fazia representar”, rebateu o representante do Ministério Público.

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