Beisebol olímpico pode ser jogado em área de acidente nuclear
A Confederação Mundial de Beisebol e Softbol cogita junto com os organizadores da próxima edição olímpica sediar as duas modalidades em Fukushima
As partidas de beisebol e softbol nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020, poderão ser realizadas em Fukushima, região afetada por um acidente nuclear que assolou o país em 2011. Nesta sexta-feira, o italiano Riccardo Fraccari, presidente da Confederação Mundial de Beisebol e Softbol (WBSC, na sigla em inglês), confirmou a possibilidade de a cidade sediar as duas modalidades, mas rechaçou qualquer risco de saúde aos atletas e torcedores caso o local seja de fato escolhido.
A Olimpíada de Tóquio será disputada nove anos após os desastres de Fukushima. Ainda que haja áreas inabitáveis, há outros locais com níveis de radiação suficientemente seguros para receber atletas, imprensa e torcedores durante os torneios de beisebol e softbol. A WBSC, inclusive, já está familiarizada com a região de Fukushima: o Mundial de beisebol sub-15 foi realizado em Fukushima em julho e agosto deste ano.
“Pelos dados que recebi, a situação não é perigosa em Fukushima. No Mundial sub-15 um país se recusou a competir, porém o resto veio. Fukushima é um lugar perfeitamente agradável onde você pode ir”, finalizou Riccardo Fraccari.
Yoshiro Moro, ex-primeiro-ministro do Japão e chefe do Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio, afirmou que se a cidade de Fukushima receber esses eventos seria um bom motivo para acelerar a recuperação total das áreas afetadas pelo acidente nuclear: “Eu sei da importância do beisebol e do softbol no Japão e como isso pode facilitar a recuperação da área dos desastres. Então se os campos em Fukushima tiverem todos os requisitos poderemos levá-los em consideração”.
O Comitê Organizador local vai, primeiramente, esperar o aval da WBSC antes de apresentar as sedes escolhidas para essas duas modalidades ao Comitê Olímpico Internacional (COI). A decisão deve ser anunciada daqui a um mês.
(Com Gazeta Press)