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‘Queremos ir ao Brasil’, dizem crianças de ‘Stranger Things’

Elenco infantil fala da calorosa recepção brasileira à série e das 'coisas estranhas' que viu no set: vitrola, walkie-talkie e... antena!

Por Mariane Morisawa, de Los Angeles
Atualizado em 31 ago 2016, 10h08 - Publicado em 14 ago 2016, 09h33

Stranger Things, no ar na Netflix, é a série-sensação da temporada. Os irmãos Matt e Ross Duffer, criadores da trama, conseguiram misturar terror, ficção científica e uma boa dose de nostalgia dos anos 1980, com referências claras a obras de Steven Spielberg e Stephen King. De quebra, trouxeram de volta a sumida Winona Ryder, espécie de cereja por cima desse colorido bolo de frutas. Mas a razão fundamental para o sucesso do programa é mesmo o elenco infantil, formado por Millie Brown, Finn Wolfhard, Gaten Matarazzo e Caleb McLaughlin. Para quem não assistiu ainda: Stranger Things se passa em 1983, quando o garoto Will (Noah Schnapp) desaparece, para desespero da mãe, Joyce (Winona Ryder), e para início de uma assustadora gama de mistérios. Os amigos de Will – Mike (Finn Wolfhard), Dustin (Gaten Matarazzo) e Lucas (Caleb McLaughlin) – saem à procura do garoto e no caminho acabam topando com uma menina misteriosa, Onze ou Eleven (Millie Brown). 

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Os fãs brasileiros são os mais animados com a turminha, que não se cansa de retribuir o afeto com posts fofos nas redes sociais. Ao vivo, não é diferente. Millie Brown, de 12 anos, cumprimentou a reportagem com um duplo “high-five”, ou “toca aqui”, em um hotel de West Hollywood. “Queremos o amor de todo o mundo, mas o Brasil é uma loucura!”, diz Caleb, também de 12 anos. Os dois, mais Gaten Matarazzo, estão boquiabertos com a recepção do público brasileiro. 

“É muito maior do que esperávamos”, afirma Gaten, 13 anos, que na entrevista alterna momentos de pura gaiatice, como as de seu personagem, com a seriedade de quem já fez musicais na Broadway do nível de Les Misérables. “Eu comecei a assistir Stranger Things e estava achando o máximo, mas pensando: ‘Provavelmente, é porque estou na série!’. Na manhã seguinte, fui olhar meu Instagram e tinha um monte de notificações! E não parava! Fui ficando desesperado: ‘Mãe, vem me ajudar!’.” Caleb chegou a desligar as notificações. “Foi bom, mas um pouco demais.”

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Millie prefere dizer que é muito grata por tudo o que está acontecendo. “Especialmente na nossa idade! Estão acontecendo coisas incríveis. E é muito legal para nós, atores, e ainda mais para os irmãos Duffer, que são gênios”, afirma, com seu sotaque inglês – ela nasceu na Espanha, mas seus pais são britânicos. E diz entender seus fãs, porque já esteve no lugar deles. “Eu era apaixonada por Crepúsculo (2008) e uma vez mandei uma mensagem para a Kristen Stewart, dizendo que a adorava. Quem manda mensagem são pessoas que assistiram à série e se identificaram de alguma maneira. Sou muito grata. Eles estão felizes por nós!”

Única menina no elenco principal, Millie diz que a experiência de trabalhar com outros garotos foi interessante. “Foi muito diferente para mim, porque nunca havia trabalhado com outras crianças antes. Os meninos formam um grupo e falam sobre coisas das quais eu não falo. Quero falar de MTV e Taylor Swift, sabe? E eles, de videogames”, conta. “Mas os meninos também mantiveram meus pés no chão.” Ela era também o alvo preferencial das brincadeiras no set, especialmente de Gaten Matarazzo. “Nós tínhamos trailers separados para nossas aulas. Eu gritava do meu: ‘Millie, pode vir aqui?’ Então, me escondia atrás da porta para assustá-la. Era meu momento favorito, era como se o tempo parasse. Porque ela gritava em câmera lenta”, conta o ator. 

Se brincadeiras como essa provocavam sustos na menina, as filmagens não devem ter sido muito diferentes para ela, apesar do script previamente definido. Millie já declarou que assiste a filmes de terror com travesseiro no braço – e a mão dada à irmã, ao lado. E que se nega a ver longas com demônios e entidades do tipo. “Vejo os trailers e acho legal. Mas os filmes eu não consigo”, já afirmou. Finn Wolfhard, o Mike, é do time que tem medo de palhaços – até hoje, aos 13 anos. E não apenas medo: o ator diz sentir um verdadeiro pavor. A atmosfera de terror no set, portanto, está assegurada pelos medos do próprio elenco: pode-se dizer que eles têm onde buscar inspiração para os personagens.

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Todos os quatro nasceram no século XXI. Mas Caleb e Gaten fazem questão de dizer que conhecem muitas produções dos anos 1980. “Meu pai tinha 16 anos em 1983, então, quando eu fiz 12, ele começou a me mostrar os filmes”, diz Gaten. “E ele sempre fica me perguntando no carro, quando toca uma música, de quem é o som. Eu não conheço quase nada, claro.” Para Millie, a melhor parte eram os objetos em cena. “Não tinha ideia do que era aquela coisa rodando… Era uma vitrola! E aqueles walkie-talkies gigantes! E aí a gente estava fazendo uma cena e o cabo… Como se chama? Antena! O Gaten ficava acertando meu rosto com aquela antena o tempo todo.”

Mesmo sendo novinhos, todos conheciam Winona Ryder de filmes como Os Fantasmas se Divertem (1988), Edward Mãos de Tesoura (1990) e Garota, Interrompida (1999), o favorito de Millie. “Para mim, foi inspirador saber que era possível fazer aquilo.” No set, todos tentaram não demonstrar nervosismo e parecer profissionais. “A gente não quer errar na hora de filmar. De vez em quando, tudo bem. Mas, se acontece sempre, ninguém vai querer trabalhar com você”, afirma Gaten, com a maturidade de quem completa 14 anos em setembro.

Os três estão ansiosos pela próxima temporada, que ainda não foi confirmada pela Netflix – é bem difícil imaginar que não haja outra. E, quem sabe, por uma visita ao Brasil. “Queremos ir!”, grita Gaten, enquanto Caleb e Millie arregalam os olhos e fazem que “sim” com a cabeça. Difícil saber pelo que os brasileiros esperam mais.

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