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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Do conduzido Malafaia ao pentadenunciado Lula, distância é enorme

Blog também comenta caso Toffoli e recurso da Câmara sobre 10 medidas

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 21h06 - Publicado em 16 dez 2016, 14h17

– Polícia Federal vai tirar dúvida se o pastor Silas Malafaia emprestou conta de instituição religiosa para ocultar origem ilícita de valores. Seus inimigos, obviamente, já têm certeza.

– De boas, aguardando (sentado…) os petistas que reclamaram da condução coercitiva de Lula reclamarem da do Malafaia.

– Se for provado que Malafaia lavou dinheiro (para um grupo que fraudava valores de royalties de mineração devidos por mineradoras a municípios), terá se igualado a petistas, senão em nível de banditismo, ao menos em hipocrisia. Caso contrário, chamá-lo-ão de hipócrita do mesmo jeito.

– Malafaia alega que recebeu 1 (hum) cheque de uma oferta de R$ 100 mil de um membro – que ele diz desconhecer – da igreja de seu amigo pastor Michael Abud e a declarou no imposto de renda, como faz com inúmeras outras.

– Indignado, aos gritos, Malafaia divulga vídeo em que dá suas alegações, repudia condução coercitiva e acusa tentativa de desmoralizá-lo perante a opinião pública. Assista:

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– Contas de doações partidárias ou religiosas são usadas para lavar dinheiro até porque se pode alegar desconhecer a origem dele, o que pode ser verdade ou não.

– Cabe à PF provar com outros meios de investigação relação direta ou indireta entre recebedor e pagador que demonstre intencionalidade, bem como eventuais contrapartidas das supostas doações. Senão, vida que segue, a despeito da imagem manchada.

– Após a publicação do vídeo, Malafaia se distingue de petistas corruptos com um aviso:

– O PT, claro, tenta tornar crimes muito maiores de petistas em nome e em favor de um projeto criminoso de poder não apenas menos graves que crimes aparentemente menores, mas também que qualquer suposto crime cometido por adversários políticos que nem indiciados foram.

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– Do conduzido Malafaia ao pentadenunciado Lula, vai uma distância enorme, ao menos por enquanto. O primeiro recebeu, entre outras doações legais, aparentemente um único cheque de R$ 100 mil cuja origem ilícita diz desconhecer. O segundo é acusado de ser o comandante máximo do maior esquema de corrupção da história, por meio do qual recebeu dezenas de milhões de reais e tentou se perpetuar no poder.

– Quando Lula era só um “conduzido”, o juiz Sérgio Moro afirmou: “A condução coercitiva para tomada de depoimento é medida de cunho investigatório”; “não envolve qualquer juízo de antecipação de responsabilidade criminal, nem tem por objetivo cercear direitos do ex-presidente ou colocá-lo em situação vexatória”. O caso de Malafaia não está com Moro, mas vale a mesma tese geral.

– Mais cedo, o pastor também havia dado as seguintes tuitadas:

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Mais Lula

– Lula pede R$ 1 milhão de indenização por gráfico do MPF com seu nome. Parece que vaquinha petista não é suficiente para pagar os advogados.

– Que trabalho para prender Lula é feito com cuidado para evitar que STF o solte, é óbvio. Cabe ao povo mistura de paciência, apoio e pressão.

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– O juiz Sérgio Moro aceitou a denúncia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso Comperj contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral e sua mulher, Adriana Ancelmo, que agora são também réus na Justiça do Paraná, a exemplo da Justiça do Rio. O discípulo segue o exemplo do comandante.

– Não ter investigados nem bandidos de estimação é uma liberdade deliciosa que petistas, socialistas e comunistas desconhecem.

Toffoli & PT

– Brasil é um país tão atrasado que, em 2016, PGR ainda está analisando suspeição do ministro Dias Toffoli, do STF, para julgar petistas.

– Para quem chegou à Terra agora: Toffoli é advogado de carreira no PT e foi indicado por Lula ao Supremo Tribunal Federal. Ah, sim: atuou três vezes em favor de Renan Calheiros nas últimas semanas (pedindo vista da ação que impede réus de fazer parte da linha sucessória da presidência da República; e votando contra a denúncia por peculato e a favor da manutenção na presidência do Senado).

– Se nem mensagens de celular e e-mails indicando “amizade íntima” de Toffoli com o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas são motivo de suspeição, suspeito é o PGR.

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– Relembro: Operação Custo Brasil, para a qual PGR analisa suspeição de Toffoli, investiga também marido de Gleisi Hoffmann (PT-PR), o ex-ministro dos governos petistas Paulo Bernardo, que Toffoli mandou soltar.

Como queríamos demonstrar

– Rodrigo Janot rejeita investigação sobre Michel Temer e Eliseu Padilha no caso Geddel Vieira Lima. Falei semanas atrás no ‘Sem Edição’ que seria difícil investigá-los por isso.

10 medidas contra a corrupção

– Alegar que autoria de um projeto de iniciativa popular desfigurado na Câmara dos Deputados foi atribuída a um parlamentar por falta de meios de checar milhões de asssinaturas dos eleitores é justificar a malandragem pela própria incompetência.

É isso que faz a Câmara comandada por Rodrigo Maia em recurso ao STF.

– O ministro Luiz Fux, que determinou a volta das 10 medidas do Senado Federal à Câmara, declarou ao Globo:

“A Constituição existe há mais de 20 anos e prevê essa sistemática. De sorte que a falta de aparelhamentos para verificação das assinaturas é, digamos assim, um argumento muito desinfluente para se descumprir um comando constitucional num Estado democrático em que o povo tem o direito de exteriorizar a sua intenção legislativa. E essa intenção não pode ter uma paternidade assumida por outra.”

Mais:

A proposta “foi completamente desfigurada. Ela tinha de ser votada admitindo-se eventualmente emendas pertinentes que dissessem respeito ao tema que o projeto veiculava, ou seja, medidas contra a corrupção. E inseriram tópicos que nada têm a ver com o que se estava discutindo. O rito adotado não foi o correto. A Câmara tinha que se reunir no plenário e apreciar o projeto de lei de iniciativa popular.”

Relembro trechos da liminar de Fux:

“Há apenas simulacro de participação popular… quando o texto é… atropelado pelas propostas mais interessantes à classe política”.

“Além de desnaturação da essência da proposta popular destinada ao combate à corrupção, houve preocupante atuação parlamentar contrária a esse desiderato” (a essa aspiração).

Em resumo: deputados usaram a proposta popular de combate à corrupção para blindarem a si próprios contra as investigações. A ilegalidade ainda será debatida no plenário do STF em 2017, mas a imoralidade é flagrante.

– Gilmar Mendes: Fux deveria “fechar o Congresso de uma vez e dar a chave ao procurador Deltan Dallagnol”. Pode dar a do STF mesmo, Gilmar.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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