Turandot é uma princesa chinesa que propõe um desafio terrível aos seus pretendentes. Elas os obriga a decifrar três enigmas – e quem não conseguir resolvê-los tem a cabeça decepada. Esse é o tema de Turandot, ópera derradeira do compositor italiano Giocomo Puccini (1858-1924), que ganhou uma temporada bem-sucedida – de público e crítica, por sinal – no Theatro Municipal, de São Paulo. Musicalmente, é uma das criações mais bem resolvidas do italiano: uma mistura de erudito com temas folclóricos chineses. Turandot é também conhecida pela ária Nessun Dorma. Embora não seja exatamente uma canção de amor, ela ganhou um quê de romantismo graças às interpretações derramadas dos tenores Mario Lanza (1921-1959), que a interpretou no filme Serenade, de 1956, e de Luciano Pavarotti (1935-2007), que lhe deu uma versão definitiva nas termas de Caracala, na Itália.
A soprano holandesa Annemarie Kremer e o tenor brasileiro Eric Herro são os convidados do VEJA Música para falar sobre Turandot. Numa conversa descontraída com o repórter Sérgio Martins, eles explicam desde como Turandot se apaixona pelo príncipe Calaf (Herrero) até revelam uma “simpatia” dos tenores para se sair bem na récita da noite. O diretor André Heller Lopes, por seu turno, fala de suas escolhas cênicas para a ópera de Puccini e das influências externas da música do compositor.