Você sabe o que é o doping tecnológico? VEJA Explica
Super tênis que aumenta a performance da corrida em 4% trouxe à tona o debate sobre o doping tecnológico
Por definição é considerado doping o uso de substâncias ou métodos capazes de aumentar artificialmente o desempenho esportivo, e que ainda podem ser prejudiciais a saúde do atleta ou se seus adversários. É algo que vai contra ao espírito esportivo. Com o avanço da medicina, tornou-se cada vez mais fácil detectar através de exames, quando atletas usam alguma substância proibida – e as regras ficaram cada vez mais rígidas. Foi quando a tecnologia entrou em ação. Um dos casos mais marcantes foi o uso de um maiô tecnológico na natação. As polêmicas começaram em fevereiro de 2008. A nova roupa melhorava o fluxo de oxigênio no corpo do nadador, que também ganhava uma nova posição hidrodinâmica e uma velocidade incrível dentro da água.
O maiô não tinha costuras e era feito de poliuretano, material que repele a água. Ajudava na flutuação e prometia 5% menos atrito e 4% a mais de velocidade. Diante disso, todos os maiôs de poliuretano foram proibidos ao final da temporada seguinte, após o Mundial de Roma em 2009, onde aconteceu outra enxurrada de recordes e marcas quase sobre-humanas. Atualmente o que vem sendo discutido são alguns modelos de tênis de alta tecnologia. O mais potente é um calçado de apenas 200 gramas que promete reduzir em mais de 4% o esforço durante a corrida.
Em uma prova de mais de 2 horas, isso pode representar um ganho de até 90 segundos no tempo final. Não por acaso, em 2019, 31 dos 36 atletas que estiveram no pódio das seis maratonas mais celebradas calçavam o tal tênis.Tamanho sucesso é porque, na prática, entregam resultados. Hoje a dúvida é: a mesma performance de um atleta seria atingida com um par de tênis qualquer? O resultado alcançado com um produto como esses é justo? A tecnologia está crescendo e não podemos negar. Mas quem corre é a pessoa, não o calçado.