O presidente desiste da agenda reformista e decide jogar para a plateia com uma intervenção estabanada no Rio de Janeiro. Michel Temer espantou os meios políticos e econômicos na sexta-feira 16, ao dar uma guinada radical em sua agenda: abandonou o reformismo, tão impopular quanto necessário, e abraçou o populismo, tão popular quanto desnecessário, ao decretar intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro. Com isso, começa um novo governo Temer — o terceiro em menos de dois anos.
A mudança de rumo deixou à mostra que o presidente, apesar de sua popularidade, nutre esperanças de ser influente na eleição presidencial ou, até mesmo, de ser ele próprio candidato à reeleição. Nesse projeto, a bandeira do combate à criminalidade é um empurrão e tanto, considerando que a sociedade brasileira, e não apenas a fluminense, está exausta de tanta violência.
Acompanhe também, nesta edição, o artigo do general Villas Bôas e a reportagem sobre o medo e a solidão das crianças que vivem a violência carioca.