Epidemia, ano dois
Um mergulho no Hospital Albert Einstein, um ano depois do 1º diagnóstico de Covid-19 no Brasil
Em 25 de fevereiro de 2020, terça-feira gorda de Carnaval, capítulo inicial de uma Quarta-Feira de Cinzas que se estenderia por doze meses infindáveis, e ainda está entre nós. Naquele dia, a diretoria do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, avisou as autoridades que na segunda-feira, 24, um homem de 61 anos, J.C.F.C, que chegara três dias antes de uma viagem a trabalho na Lombardia, norte da Itália, com embarque em Milão e conexão em Paris, fora ao pronto-socorro da instituição paulistana com sintomas típicos de Covid-19 – tosse seca, febre, dor de garganta e coriza.
Com resultado positivo, anunciado a uma bióloga por WhatsApp, ele fora liberado para isolamento doméstico e rigoroso acompanhamento do estado clínico. O mundo contabilizava então 2 834 mortes em decorrência do vírus, 2 747 delas na China, e 82 329 casos. Hoje são 2,4 milhões de mortes, das quais mais de 240 000 no Brasil, e pelo menos 110 milhões de casos globais.
Há um ano, de modo a registrar os primeiros passos hospitalares depois do susto inicial, no Brasil, a reportagem de VEJA esteve no coração do Albert Einstein, mergulhado em um dia-a-dia de responsabilidade e drama – voltou agora para descrever os avanços de tratamento e as mudanças de protocolos, com muito mais compreensão do vírus, mas a colossal pressão imposta por um ano extenuante e heroico na luta contra o inimigo invisível.