Copa inclusiva traz a emoção do futebol para os surdocegos
Projeto permite que pessoas com deficiência visual e auditiva acompanhem os jogos do Mundial por meio de campos táticos
Pessoas com deficiência visual e auditiva se reuniram nesta sexta-feira, no Memorial da Inclusão, em São Paulo, para acompanhar o jogo do Brasil contra a Bélgica na Copa da Mundo de uma nova maneira: por meio de campos táticos.
A ideia surgiu entre um surdocego e seu intérprete, em 2014. Carlos Jr. nasceu surdo, mas perdeu completamente a visão aos 14 anos de idade. “A Copa de 2002 foi a última que eu consegui realmente enxergar. Então, eu pedi para o Hélio [seu intérprete de língua de sinais] para comprar um campinho e ele conseguiu fazer aquela adaptação. Com essa estratégia, em 2014, foi a primeira Copa que eu consegui acompanhar realmente”, contou Carlos. O deficiente visual Edvaldo da Gama achou a ideia “fantástica”. “Dá para sentir de verdade a emoção dos lances”, afirmou.
O campo tático tem todas as marcações de um campo original em alto relevo. Há também uma textura semelhante a um gramado e os gols são de plástico, para que as pessoas com deficiência possam sentir se a bola entrou ou se bateu na trave.
Embora o Brasil tenha perdido a partida por 2 a 1 da Bélgica, quem ganhou com certeza foi a inclusão.