Pinterest vai eliminar desinformação sobre crise climática da plataforma
Nova política abrange não só publicações dos internautas como anúncios e publicidades
Com mais de 459 milhões de usuários ativos mensalmente em todo o mundo (dos quais 46 milhões estão no Brasil), o Pinterest é uma rede social baseada no compartilhamento de imagens. Talvez porque elas sejam tão ou mais fortes do que a palavra escrita, a empresa resolveu bloquear todos os conteúdos suspeitos ou que falsos sobre a crise climática. A nova política abrange não só publicações dos internautas como anúncios e publicidades.
As novas diretrizes do Pinterest são bem amplas, mais do que outras redes sociais concorrentes, como o próprio Facebook ou o Instagram, ambos pertencentes à Meta, que enfrentaram problemas nesse sentido recentemente. Serão eliminados da plataforma conteúdos que neguem a existência ou os impactos da mudança climática, que contestem sem argumentos soluções consagradas pela ciência para enfrentar esses desafios e que espalhem desinformação sobre emergências de segurança pública, incluindo desastres naturais e eventos extremos.
“O Pinterest acredita na manutenção de um espaço que seja confiável e verdadeiro para as pessoas que usam nossa plataforma”, disse Sarah Bromma, diretora de políticas do Pinterest, por meio de um comunicado. “Esta medida ousada é uma ampliação das nossas diretrizes mais abrangentes contra a desinformação, que desenvolvemos pela primeira vez em 2017 para lidar com questões de saúde pública. A política expandida de desinformação climática é mais um passo no sentido de combater a desinformação e criar um espaço seguro online.”
As buscas na plataforma são uma pista de que o público tem tentado contrubuir para contornar as consequ~encias da crise climática. Segundo o Pinterest, aumentaram as buscas por “dicas para desperdício zero”, “ideias de reciclagem de roupas”, “decoração reciclada” e por “estilo de vida com desperdício zero”. No caso da saúde, buscas por termos específicos, como “vacinas” ou “cura do câncer” são redirecionados para sites oficiais da Organização Mundial da Saúde (OMS) ou a agência sanitária americana.
Para Michael Khoo, executivo da Friends of the Earth, rede internacional de organizações ambientais em 73 países, a desinformação climática em plataformas digitais é uma séria ameaça ao apoio necessário do público para resolver a crise. “O Pinterest demonstrou sua importante liderança ao criar um padrão comunitário que inclui uma definição de desinformação climática”, disse ele, por meio de comunicado. Nós continuaremos a pressionar todas as plataformas para que promovam a transparência e disponibilizem relatórios sobre suas ações.”