Óculos com IA auxiliam na mobilidade de pessoas cegas ou com baixa visão
Estudo publicado na revista 'Nature Machine Intelligence' mostra como assistente visual eletrônico vestível envia sinais de obstáculos próximos ao usuário

Um artigo publicado nesta segunda, 14, na revista Nature Machine Intelligence divulgou um dispositivo que auxilia na movimentação de pessoas cegas ou com baixa visão. Similar a um óculos, o aparelho usa as imagens de uma câmera acoplada para identificar obstáculos no caminho do usuário com auxílio de algoritmos de inteligência artificial.
Assistentes visuais eletrônicos vestíveis são uma alternativa para tratamentos médicos ou próteses para pessoas cegas ou com baixa visão. Segundo o artigo: “Em vez de restaurar a visão natural, esses dispositivos compensam a perda visual convertendo informações do ambiente em outras modalidades sensoriais e as transmitindo ao cérebro para auxiliar nas tarefas diárias.” A publicação, no entanto, afirma que as tecnologias de última geração não consideram a adaptação humana ao seu uso, o que gera uma baixa adesão por parte do público alvo.
A autora do artigo, Leilei Gu, e seus colaboradores desenvolveram, então, um assistente visual vestível que fornece direções por comando de voz. Os pesquisadores criaram um algoritmo de IA que processa o vídeo capturado por uma câmera conectada no óculos e envia alertas do ambiente em frente ao usuário. Os sinais do dispositivo são recebidos por fones de ouvido por condução óssea e uma pele artificial no pulso que vibra para sinalizar objetos laterais.
Outro desafio que este projeto buscou superar é o tamanho do dispositivo. Para converter as informações capturadas pela câmera, é necessário um algoritmo potente, mas compacto que atue em uma unidade de computação de baixo consumo de energia. A solução dos pesquisadores foi usar um nanogerador triboelétrico, baseado na eletrização por atrito, que sincroniza movimentos virtuais e do mundo real com o menor consumo de energia.

Durante os testes, foram utilizados robôs humanoides e pessoas cegas ou com baixa visão. De acordo com o artigo, os pesquisadores observaram “melhorias significativas na navegação e nas tarefas pós-navegação entre os participantes, como a capacidade de evitar obstáculos ao atravessar um labirinto e alcançar e agarrar um objeto”.