No final do ano passado, o Facebook, uma das maiores empresas do mundo, mudou seu nome para Meta, anunciando a intenção de criar um metaverso em breve. Metaverso é uma espécie de mundo digital acessível via realidade virtual e aumentada em que os usuários podem interagir, fazer compras e passear pelo mundo todo sem pisar fora de casa. Agora, com a ajuda de startups, o Brasil está estreando no nicho do metaverso.
Talvez um dos casos mais notáveis seja o da Lumx Studios, que, além de auxiliar marcas com seus projetos virtuais, oferecerá seus próprios NFTs, tipo de bens digitais. A empresa trabalhou no lançamento da CryptoAngels, coleção de imagens que trabalham com a releitura dos anjos pintados por Rafael na Capela Sistina e que foram esgotadas em dez segundos. O projeto foi elaborado por Marc Sparks e pelo DOMA Collective, artistas com exposições permanentes no Museu de Arte Moderna de Nova York.
Além da CryptoAngels, a Lumx está desenvolvendo seu primeiro projeto próprio, o 55Unity. Na história que inspirou a coleção, o mundo não foi bem cuidado pelos seres humanos, e o Brasil tornou-se quase inabitável. Um grupo de sobreviventes e aventureiros brasileiros tem como objetivo recuperar artefatos importantes da história do país para reconstruí-lo no metaverso.
“O 55Unity é um projeto bem ambicioso”, afirma Caio Barbosa, CEO da Lumx Studios. “O NFT irá oferecer ao membro da comunidade diversas utilidades, como o acesso a um terreno exclusivo no metaverso, onde ocorrerão diversos eventos, shows e até mesmo caça ao tesouro; uma rede ampla de networking; benefícios em outros lançamentos; e um quadrinho exclusivo da coleção”, conta.
Mas a Lumx está longe de ser o único exemplo de empresa brasileira que está de olho no novo nicho, que, segundo a Bloomberg Intelligence, pode movimentar cerca de 800 milhões de dólares até 2024.
Em meados de janeiro de 2022, a startup Beupse anunciou o pré-lançamento daquele que seria o primeiro metaverso completamente brasileiro, chamado Bite.Land. Nele, o internauta teria acesso a lojas, eventos, imobiliárias, escolas, galerias de arte e muito mais. Espera-se que a primeira versão oficial da plataforma seja inaugurada no meio do ano.
Outro bom exemplo é a paulistana MedRoom, responsável pela criação de um universo virtual específico para o ensino de medicina. Assim, o software permite a análise e a interação com corpos humanos em 3D por meio da realidade virtual, com o uso de óculos de RV.
Já a Biobots se especializa no desenvolvimento de NFTs e avatares ligados a esse universo digital, tecnologia que tem usado para introduzir celebridades, como Sabrina Sato, ao metaverso sob a forma de avatar.
Fica claro que, aos olhos do mercado brasileiro de startups, o momento é mais propício do que nunca para investir no metaverso. Cria-se, dessa forma, uma espécie de corrida pelo ouro, em que quem mais tem a ganhar (e se divertir) é o público.