Lançado nos Estados Unidos no dia 3 de junho em substituição ao Live Search, o buscador Bing ainda não avançou de forma significativa sobre seus concorrentes: a participação do site da Microsoft passou de 8% para 8,4% desde então. Mas a novidade já arrancou comentários positivos dos analistas e prepara uma versão brasileira, ainda sem data definida de lançamento – a que está no ar ainda é experimental.
“O Brasil é prioritário para a Microsoft e, por isso, acredito que estamos perto do lançamento do buscador por aqui”, diz Carolina Aranha, gerente geral da divisão on-line da Microsoft no país.
Briga boa – O Bing é a grande aposta da empresa de Bill Gates para combater o Google no mundo todo. A briga, é claro, não será fácil. Afinal, segundo dados da empresa americana de pesquisa ComScore, o Google responde atualmente por 65% do mercado de buscas nos EUA, o que se repete com variações em outros locais. “Vamos conquistar usuários de qualquer buscador pela qualidade que o Bing tem”, aposta Carolina Aranha.
A declaração poderia ser apenas parte do discurso oficial da Microsoft, mas não parece ser o caso. “Se o buscador é bom, as pessoas tendem a mudar”, diz. “Se a liderança nesse mercado fosse absolutamente consolidada, a Microsoft não se aventuraria a entrar aí: só entrou porque sabe que tem uma força comercial muito grande. No mínimo, ela vai incomodar”, aposta Walter Lima, pós-doutor em comunicação e tecnologia.
O primeiro naco do mercado americano de buscas tomado pelo Bing saiu do Yahoo!. De acordo com a ComScore, dali saiu o 0,4% que a nova ferramenta da Microsoft acrescentou à participação do Live Search. “O Bing já está provocando algo no mercado”, avalia Daniela Bertocchi, especialista em cibercultura. “O Google vem ensinando o usuário a fazer buscas: agora é a hora de o usuário ensinar a máquina a entregar resultados de qualidade. Se o Bing conseguir entender como a cabeça do usuário funciona, então certamente se destacará pelos próximos tempos.”
Boca-a-boca – De acordo com o site americano Business Insider, a Microsoft gastou cerca de 100 milhões de dólares só em publicidade nos EUA para promover o Bing. No Brasil, a estratégia deverá ser outra.
“Estamos divulgando o produto no boca-a-boca”, explica Carolina Aranha. Mas não é só. O Bing já é acessível como barra de ferramentas para busca rápida no Hotmail, Windows Live, Portal MSN e Internet Explorer – todos produtos da Microsoft. “Do mesmo jeito que nossos concorrentes aproveitam seus produtos para divulgação, nós também vamos utilizar os nossos a nosso favor”.
Duelo de gigantes – Por trás do lançamento do buscador da Microsoft está uma disputa com o Google pelo mercado de informática e internet. Quase simultaneamente à aparição do Bing, o Google anunciou seu sistema operacional, o Chrome OS – voltado inicialmente para netbooks. Foi o primeiro golpe contra o coração financeiro da rival, o Windows, que ganha nova versão em outubro.