Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Jaron Lanier, pesquisador da Microsoft: “É preciso regular as redes”

O cientista da computação foi um dos primeiros a usar o termo realidade virtual e a criticar as mídias sociais. Agora, vê a Web 3.0 com desconfiança

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 11h55 - Publicado em 21 Maio 2022, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Para onde a tecnologia está caminhando? Nos últimos vinte anos, houve muita ênfase no uso da tecnologia de modo a influenciar e mudar o comportamento humano: como fazer com que as pessoas comprem algo, ou votem de uma certa maneira, em um campo ou em outro. Porque, obviamente, essa é a maneira imediata de ganhar dinheiro e poder.

    Há como escapar dessa armadilha? Precisamos de mais tecnologia relacionada ao nosso ciclo de energia, à disponibilidade de água doce, e muitas outras coisas relacionadas ao clima. Mudar as mentes não é a prioridade para a sobrevivência humana agora.

    Como a chamada Web 3.0, com o blockchain e as criptomoedas, entra nesse jogo? A estrutura da Web 3.0 é baseada em ter um token no qual você aposta e espera que aumente de valor. Pode ser uma criptomoeda ou um NFT. Mas isso não garante diretamente que qualquer produtividade real aconteça, e não recompensa as pessoas por ajudar a sociedade. É como enfiar dinheiro em um colchão.

    Qual é a diferença do investimento tradicional, em ações? Ao comprar uma ação, ao menos a pessoa está investindo em alguma coisa, mesmo que ela caia depois. Ao comprar um token, enche-se o colchão de dinheiro na esperança de que apareça alguém para comprá-lo por um preço mais alto. Desfaz toda a ideia de finanças.

    Um estudo recente mostrou que meninas sofrem mais cedo que os meninos os efeitos nocivos das rede sociais. O que acha disso? Preocupo-me com esse assunto há muito tempo. Quando comecei a falar sobre isso, era difícil fazer com que as pessoas entendessem ou ouvissem. Agora, há uma indústria de críticos. Há várias maneiras de melhorar as redes sociais. Uma delas é com a regulamentação. Temos de definir responsabilidades.

    Continua após a publicidade

    Pode dar um exemplo? Nos EUA, muitas pessoas morreram por uso excessivo de opioides prescritos legalmente. Quem vende esses remédios também deve ser penalizado. Não dá para ter liberdade sem responsabilidade. Senão, não haverá mais sociedade. As redes sociais precisam ter regras também.

    Que tipo de regras? Em vez de contas individuais nas redes sociais, as pessoas deveriam formar grupos, assumindo responsabilidade mútua. Afinal, com um post de ódio, todo mundo sofre ao mesmo tempo.

    Publicado em VEJA de 25 de maio de 2022, edição nº 2790

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.