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‘GTA V’, um jogo para os fãs de Tarantino

O game, um dos títulos mais aguardados do ano, faturou mais de 800 milhões de dólares em apenas 24 horas e chega ao Brasil por 200 reais

Por Renata Honorato
19 set 2013, 09h09

Uma “sátira da violência” e uma “paródia da vida moderna” foram as avaliações dos jornais The New York Times e The Guardian, respectivamente, acerca de Grand Theft Auto V, game da Rockstar, lançado globalmente na última terça-feira e que acaba de chegar às lojas brasileiras por 200 reais.

O título, um dos mais aguardados do ano, faz parte de uma série histórica e controversa, lançada originalmente em 1997. Uma das principais características dos jogos da franquia é o uso cômico da violência e a figura de anti-herói dos protagonistas. GTA V não foge à regra. Bebe da fonte de importantes obras cinematográficas, como Kill Bill (Quentin Tarantino) e Assassinos por Natureza (Oliver Stone), onde o exagero é regra e não exceção.

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GTA V acontece na cidade fictícia de Los Santos, uma adaptação digital de Los Angeles. A história se desenrola em torno de três personagens: Michael, Franklin e Trevor. O jogador pode controlar os protagonistas, cujas trajetórias são bem diferentes, embora todos tenham uma notória simpatia pela bandidagem.

As missões são as mais diversas, desde roubar carros e bancos até sequestrar aviões. Essa é uma das principais razões pela qual a cada lançamento a Rockstar recebe críticas por supostamente incentivar a violência. Vale ressaltar, no entanto, que GTA é um entretenimento adulto, que pode ser facilmente comparado a grandes filmes, como Taxi Driver, de Martin Scorsese, ou a vívidas obras da literatura, como Meridiano de Sangue, de Cormac McCarthy. Por que GTA é mais politicamente incorreto que outros produtos culturais de massa? Cientistas sociais de todo o mundo buscam respostas em pesquisas ainda pouco conclusivas.

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Mas não é só a narrativa da série, ainda mais madura em GTA V, que aproxima o game do cinema. O investimento feito no último título, segundo jornal The Scotsman, de Edimburgo, foi de 270 milhões de dólares, montante equivalente ao orçamento de filmes blockbuster como Harry Potter e o Enigma do Príncipe, onde foram gastos 250 milhões de dólares. A Rockstar parece feliz com a aposta. Em apenas 24 horas, o game já rendeu aos bolsos da produtora escocesa mais de 800 milhões de dólares em vendas. Nada mal para um setor que concorre diretamente com o milionário mercado dos “hypados” apps.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais (Abragames) e professor do curso de Design de Games da Universidade Anhembi Morumbi, Ale McHaddo, um dos diferenciais da série está justamente na forma como GTA conta suas histórias. “A Rockstar, produtora do jogo, faz questão de se aproximar da sétima arte em todos seus títulos. Seus personagens são marcantes e a sua propaganda lembra mais o trailer de um filme do que o gameplay de um jogo”, diz o especialista, que também trabalha como produtor de cinema.

Mas não é só a narrativa da franquia que faz dela um sucesso de público e crítica. “O mundo aberto de GTA permite que o jogador tenha toda uma cidade para explorar. Trata-se de um lugar onde o usuário pode fazer absolutamente tudo o que quiser”, afirma o acadêmico.

A maneira como a empresa critica a sociedade em GTA, ainda que de forma sutil, é outra sacada dos britânicos Sam e Dan Houser, irmãos e fundadores da Rockstar. Antes de se aventurarem no mundo dos games, ambos trabalhavam na divisão musical da BMG, principal razão pela qual a trilha sonora da série sempre foi um atrativo à parte. Em GTA V, muitas febres culturais ganharam adaptações ácidas. O Facebook virou o LifeInvader (Invasor de Vidas), o 50 Tons de Cinza se transformou no Chains of Intimacy (Correntes de Intimidade, analogia ao fato do livro falar abertamente sobre sadomasoquismo), e o jogo Call of Duty, game de tiro em primeira pessoa e sucesso de vendas, virou Righteous Slaughter 7 (Matança Justa 7), cujo slogan é algo como “a verdadeira arte da matança contemporânea”.

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Segundo McHaddo, essa ridicularização da sociedade vista na série é um dos pontos fortes da franquia. Sobre a violência, o especialista é enfático: “Não se pode confundir. O GTA é um jogo para adultos e isso está bem claro em sua classificação etária (17 anos nos EUA e 18 anos no Brasil). Se o Tarantino estivesse fazendo games ao invés de filmes, esses jogos certamente seriam do mesmo gênero de GTA.”

Grand Theft Auto V chega ao Brasil, com legendas em português, nas versões para Xbox 360, console da Microsoft, e PlayStation 3, videogame da Sony. A Rockstar ainda não confirmou se o título será lançado também para PC e Mac.

https://youtube.com/watch?v=HqZXw5M6qQY%3Flist%3DPLDDECDF9A83BDDAE2

Michael

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Um criminoso aposentado, que agora vive em uma grande mansão no luxuoso bairro de Rockford Hills. Apesar da boa vida, ele parece meio cansado da família e saudoso da emoção de quando ainda seguia carreira na bandidagem. Vive em guerra com seu filho Jimmy e tem como missão no jogo atacar um órgão do governo e roubar um caminhão de segurança.

https://youtube.com/watch?v=kfzrQGU6jhM%3Flist%3DPLDDECDF9A83BDDAE2

Franklin

O personagem mais jovem do trio é envolvido com gangues e vive tendo problemas com a polícia. Frequenta bares de strip-tease e trabalha para um grupo de europeus cujo negócio é baseado na compra e venda de carros de luxo. Segundo o trailer, é o protagonista que mais está inserido no submundo de Los Santos.

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https://youtube.com/watch?v=XAOUlsrmzYM%3Flist%3DPLDDECDF9A83BDDAE2

Trevor

Traficante de drogas, Trevor é um ex-militar e piloto. Vai aos mesmos lugares frequentados por desajustados e viciados em metanfetamina. Vem de família pobre, faz piadas sujas e aparentemente é o personagem mais cômico do trio.

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