Fundador do Telegram culpa ‘falha de comunicação’ e pede desculpas ao STF
Pavel Durov pediu o adiamento por alguns dias da ordem de bloqueio do ministro Alexandre de Moraes e afirma que já cumpriu ordem do Supremo
O fundador do Telegram, Pavel Durov, afirmou na noite desta sexta-feira, 18, que um problema de falha de comunicação com e-mails impediu a plataforma de receber determinações judiciais do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele usou o seu próprio canal no aplicativo de mensagens para se manifestar. Durov explicou que também pediu o adiamento por alguns dias da ordem de bloqueio do ministro Alexandre de Moraes.
“Parece que tivemos um problema com emails entre nossos endereços corporativos do telegram.org e o Supremo Tribunal Federal do Brasil. Como resultado dessa falha de comunicação, o Tribunal decidiu banir o Telegram por não responder. Em nome de nossa equipe, peço desculpas ao Supremo Tribunal Federal por nossa negligência. Definitivamente, poderíamos ter feito um trabalho melhor”, escreveu o empresário russo, que criou o app com o irmão Nikolai Durov.
A Justiça intimou o Telegram por meio de quatro e-mails e também via quatro advogados brasileiros. De acordo com Pavel Durov, o Telegram obedeceu à ordem judicial de fevereiro que exigia a exclusão de perfis ligados ao blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, e logo em seguida pediu que o STF enviasse novos pedidos como aquele a um e-mail específico que seria usado apenas para isso.
“Infelizmente, nossa resposta deve ter sido perdida, porque o Tribunal usou o antigo endereço de e-mail de uso geral em outras tentativas de entrar em contato conosco”, explicou o empresário. E, por isso, o Telegram não recebeu a ordem para que os dados de Allan dos Santos fossem repassados às autoridades brasileiras.
A falta de resposta neste segundo pedido levou o STF a determinar o bloqueio do app nesta sexta. Durov diz que o Telegram já encontrou o e-mail com a segunda ordem e a cumpriu. Ele confirmou que a resposta foi enviada à Corte já nesta sexta.
Fundado em 2013, o Telegram ainda não tem escritório ou representação oficial no Brasil.