Associação pede aprovação de Marco Legal dos Games, com mudanças
Abragames prevê que 2023 manterá a tendência de crescimento do setor no Brasil, com desafios econômicos importantes
A Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais (Abragames), entidade de classe que representa parte dessa indústria no Brasil, prevê que 2023 manterá a tendência de crescimento do setor, mas também chama atenção para grandes desafios a serem enfrentados pelos estúdios nacionais. Em 2022, o mercado de games global gerou 184,4 bilhões de dólares e, na América Latina, 8,4 bilhões de dólares, segundo a NewZoo. O Brasil movimenta 12 bilhões de reais ao ano, de acordo com o mesmo instituto.
A Primeira Pesquisa Nacional da Indústria de Games, divulgada pela Abragames em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil), existem 1.009 estúdios brasileiros em atividade. Como as empresas nacionais estão maiores e desenvolvendo jogos cada vez mais complexos, é possível que a abertura de novos negócios não cresça muito. “Os estúdios existentes irão crescer, demandando uma onda de novas contratações”, prevê Rodrigo Terra, presidente da associação. “Porém, serão mais pulverizadas pelo mercado todo.”
Com a mudança de governo, a associação aguarda a aprovação do Marco Legal dos Games que, atualmente, está em fase de aprovação do Senado. Mas pede mudanças no texto para diminuir burocracias, eliminar alíquotas de importação e aumentar o incentivo direto aos estúdios. “Com a redução das despesas e consequente diminuição dos custos de desenvolvimento, acreditamos que os jogos podem ser mais acessíveis a todos os públicos”, diz Carolina Caravana, vice-presidente da Abragames.
Outro problema atacado pela associação é o alto preço dos jogos. Vários fatores, como a Guerra na Ucrânia e as restrições impostas pela China, a tendência é que o valor dos games realmente sofra um reajuste. As grandes empresas do setor conseguem contornar a situação, pois já estão consolidadas economicamente e têm um público fiel. “Por isso, é importante que medidas como a do Marco Legal dos Games sejam aprovadas para que tanto o consumidor final quanto os estúdios nacionais não sejam tão impactados por esse novo momento”, diz Terra.